Medo de ficar sem o celular: entenda o transtorno de nomofobia
Redes sociais, mensagens instantâneas e a necessidade constante de conexão criam uma dependência emocional e comportamental, dificultando a desconexão
Ler notícias, manter contato com a família e checar as redes sociais – o smartphone é útil e dá segurança para muita gente. No entanto, algumas pessoas se sentem tão apegadas ao aparelho que sentem desconforto, ansiedade ou medo quando não têm acesso a ele – a palavra nomofobia agora é frequentemente usada neste contexto. O termo vem originalmente da Inglaterra, cunhado por um estudo do British Postal Service em 2008.
O termo é composto por “no-mobile” e “fobia” – razão pela qual os especialistas por vezes se referem ao fenômeno como “no-mobile phobia”. Os médicos usam o termo “ fobia ” para descrever transtornos de ansiedade específicos, como o medo de aranhas (aracnofobia).
Muitas pessoas têm medos específicos de certos objetos ou situações. No entanto, estes medos só são classificados como doenças se forem excessivos, persistirem durante vários meses e levarem a um estrese grave ou a um comportamento de evitação que afete significativamente as pessoas em suas rotinas diárias.
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A nomofobia, apesar de causar grande desconforto, não está atualmente descrita como doença nem na Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), utilizada na Europa, nem no Manual Diagnóstico e Estatístico de Perturbações Mentais (DSM), utilizado nos EUA.
Sintomas e sinais de nomofobia
Pessoas com nomofobia muitas vezes apresentam sintomas semelhantes aos de um transtorno de ansiedade quando estão sem o celular: ficam ansiosas, suam e apresentam palpitações cardíacas. Muitos também experimentam uma sensação de ameaça social, o que leva a um estresse severo.
Outros sinais de nomofobia podem incluir:
- Os usuários não são psicologicamente capazes de desligar o smartphone – ele permanece ligado o tempo todo.
- Os afetados não suportam ficar longe do celular – por exemplo, não podem deixá-lo em casa quando vão passear.
- As pessoas temem que, sem o celular, não consigam obter ajuda quando precisarem.
- Se os usuários não conseguirem verificar se há mensagens em seu telefone, eles ficarão irritados ou ansiosos.
- As pessoas levam o celular com ela em todos os lugares, até no banheiro.
Quais são os fatores de risco para a nomofobia?
Os pesquisadores suspeitam que vários fatores de risco promovam a nomofobia. O uso excessivo de smartphones é um deles.
Além disso, pessoas com baixa autoestima parecem ser mais vulneráveis. O medo de ficar longe do celular também foi observado com mais frequência em pessoas que já sofriam de outros transtornos de ansiedade ou vícios, ou que haviam vivenciado eventos traumáticos e temiam não conseguir ajuda com rapidez suficiente sem o celular.