Ministro da Saúde contraria Bolsonaro e fala em ampliar isolamento
'Se a gente sair andando todo mundo de uma vez, vai faltar pro rico, pro pobre', disse o ministro
Em entrevista coletiva neste sábado, 28, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, contrariou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), dizendo que é preciso aumentar e uniformizar as medidas de isolamento no país para conter o novo coronavírus (covid-19).
“Se todo mundo sair para a rua ao mesmo tempo, faltarão equipamentos para todos. Seja pro patrão, seja pro empregado”, disse o ministro.
Segundo o ministro, as medidas de isolamento já estão contribuindo para diminuir a ocupação de leitos de UTI pelo Brasil, pois estão diminuindo o número de acidentes e de leitos ocupados por vítimas de politraumatismo.
“Nós precisamos ter racionalidade e não nos mover por impulso neste momento. Nós vamos nos mover, como eu disse desde o princípio, vamos nos mover pela ciência e pela parte técnica, com planejamento. Pensando em todos os cenários quando a gente fala de colapso, de sobrecarga, ou de sobreuso no sistema. A gente está falando disso”.
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O ministro reforçou ainda a importância do trabalho conjunto entre união, estados, municípios, população e outros setores no combate ao coronavírus. ”Nós vamos construir o enfrentamento juntos, com técnica, com ciência, com planejamento, e unidos”.
A fala do ministro Luiz Henrique Mandetta vai de encontro com o pronunciamento do presidente Bolsonaro, que esta semana defendeu o fim da quarentena.
Escolas e universidades
O ministro disse ainda que vai discutir com governadores e prefeitos o fechamento de escolas e universidades durante o mês de abril, com a possibilidade de estender para maio.
Em documento elaborado pela equipe técnica da pasta e enviado a secretários estaduais de saúde e gestores do Sistema Único de Saúde (SUS), o ministério recomenda, além de fechar escolas por mais tempo, proibir shows e jogos de futebol por três meses.
As declarações foram feitas durante entrevista para divulgar os novos dados da covid-19 no Brasil. São 114 mortes e 3.904 casos confirmados no país. 2,8% é a taxa de letalidade e São Paulo concentra 1.406 casos.