Morre mulher com sintomas de coronavírus medicada com cloroquina
Paciente estava usando o medicamento havia 4 dias; eficácia ainda não foi provada cientificamente
Medicada com cloroquina por estar com sintomas que poderiam ser o novo coronavírus, uma mulher não resistiu e morreu em São Paulo, aos 53 anos.
De acordo com informações da coluna Mônica Bergamo, da “Folha”, Eliane Aparecida Gardin de Andrade estava usando o medicamento havia quatro dias.
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A eficácia da cloroquina em tratamento da infecção causada pelo novo coronavírus ainda não foi suficientemente provada, apesar de seu uso ser insistentemente defendido pelo presidente Jair Bolsonaro. Em hospitais, sua indicação tem sido recomendada por médicos, ainda de uma forma controlada.
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Apesar de os resultados do teste não terem ficado prontos, consta da certidão de óbito da dona de casa que a causa da morte foi covid-19.
Segundo a coluna, Eliane procurou o hospital Sancta Maggiore, da rede Prevent Senior, na zona norte de São Paulo pela primeira vez há 15 dias, por estar vomitando com frequência. Como o remédio para estômago que foi passado não resolveu o problema, ela voltou ao hospital e então foi medicada com cloroquina, azitromicina e tamiflu.
Chegou a ter alta por se sentir melhor, quando surgiram dores na perna, na última quarta-feira, 9. A família decidiu levá-la ao hospital, mas ela desmaiou e, quando a ambulância do Samu chegou para atendê-la, já estava sem vida.
O que diz o Ministério da Saúde sobre o uso cloroquina no combate à covid-19?
Em fase inicial de testes, a cloroquina ainda não é recomendada para o tratamento da covid-19. As experiências ainda são inconclusivas a respeito do medicamento. Porém, Bolsonaro insiste em recomendá-la, com base na fala de médicos de sua confiança. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em coletiva de imprensa, afirmou que é de responsabilidade do médico o uso de cloroquina em casos leves do novo coronavírus.
“No momento, o que a gente faz é disponibilizar para aqueles pacientes de gravidade média e avançada. E a prescrição médica no Brasil, a caneta e o CRM do médico, está na mão dele”, disse Mandetta. “E se ele se responsabilizar individualmente, não tem óbice nenhum, ninguém vai reter receita de ninguém”, completou.