Mpox: entenda como a doença pode causar a morte

Surto mais letal da doença foi registrado na República Democrática do Congo, onde houve mais de 500 mortes

A nova variante da mpox já causou a morte de mais de 500 pessoas na República Democrática do Congo, desde o início do ano até agora. Mas o que faz essa nova cepa ser tão mortal?

Existem duas cepas proeminentes de infecção por mpox: variantes clado 1b e clado 2.

Essa última foi a que circulou no mundo todo em 2022. Embora ela também possa levar à morte, especialmente indivíduos imunocomprometidos, seu impacto geral tende a ser menos severo em comparação com clade 1b.

A clade 1b é variante da clade 1. Ela é responsável pelas mortes recentes no país africano. Evidências mostram que, além de mais facilmente transmissível, ela pode causar quadro mais grave da doença. Sua taxa de mortalidade é estimada em 3,6%.

Nova variante da mpox que causou surtos na África é mais mortal
Créditos: lightsource/DepositPhotos
Nova variante da mpox que causou surtos na África é mais mortal

Por que a nova variante da mpox é mais letal?

A linhagem 1 pode levar à morte devido à sua capacidade de causar sintomas mais graves e complicações no corpo.

Essa variante está associada a uma resposta inflamatória intensa, podendo provocar mais lesões cutâneas (centenas delas), geralmente mais severas.

O problema é que essas lesões podem levar a uma infecção secundária por bactéria e à sepse, que é uma resposta séria e generalizada do corpo à infecção.

Assim, diferentes sistemas de órgãos, como coração, pulmões e sistema nervoso central, ficam sujeitos a danos que podem ser fatais.

Já há casos da nova variante no Brasil?

Atualmente, não há relatos confirmados de casos da variante Clado 1 do vírus mpox no Brasil. A maioria dos casos documentados no país e globalmente está relacionada às variantes clado 2 e clado 2b, que são menos letais, embora ainda preocupantes.

A clado 1, conhecida por ser mais virulenta e associada a uma maior taxa de mortalidade, tem sido encontrada principalmente na África Central, especialmente na República Democrática do Congo. Mas já há casos na Europa, com o primeiro registro na Suécia

Quais os sintomas de mpox?

Os sintomas comuns da mpox incluem uma erupção cutânea que pode durar de 2 a 4 semanas. Isso pode começar com, ou ser seguido por, febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, baixa energia e glândulas inchadas (linfonodos).

A erupção cutânea se parece com bolhas ou feridas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), essa erupção pode afetar o rosto, as palmas das mãos, as solas dos pés, a virilha, as regiões genital e/ou anal.

Essas lesões também podem ser encontradas na boca, garganta, ânus, reto ou vagina, ou nos olhos.

Como se pega a mpox?

A mpox se espalha de pessoa para pessoa principalmente por meio do contato próximo com alguém que tem mpox.

O contato próximo inclui pele a pele (como toque ou sexo) e boca a boca ou boca a pele (como beijo), e também pode incluir estar cara a cara com alguém que tem mpox (como falar ou respirar perto um do outro, o que pode gerar partículas respiratórias infecciosas).

Durante o surto global que começou em 2022, o vírus se espalhou principalmente por meio do contato sexual. 

Pessoas com mpox são consideradas infecciosas até que todas as lesões formem crostas, as crostas caiam e uma nova camada de pele se forme por baixo, e todas as lesões nos olhos e no corpo (na boca, garganta, olhos, vagina e ânus) também cicatrizem, o que geralmente leva de 2 a 4 semanas.

Também é possível que o vírus persista por algum tempo em roupas, roupas de cama, toalhas, objetos, eletrônicos e superfícies que foram tocados por uma pessoa com mpox.

Alguém que tocar nesses itens pode ser infectado, principalmente se tiver cortes ou escoriações ou tocar os olhos, nariz, boca ou outras membranas mucosas sem primeiro lavar as mãos.