Monkeypox: contato no sexo é principal forma de transmissão
A transmissão ocorre pelo contato pele a pele com as lesões, segundo estudo recente
O surto atual de varíola do macaco (monkeypox) tem sido associado a lesões anais e genitais inesperadas, um padrão diferente do que era visto antes em casos da doença. Além disso, os diagnósticos têm se concentrado entre homens que fazem sexo com outros homens. O que chamou a atenção para as formas de transmissão.
Um estudo recente realizado por pesquisadores espanhóis concluiu que o contato pele a pele durante o sexo é a forma dominante de transmissão da doença no momento.
Isso, no entanto, não quer dizer que a varíola do macaco seja uma infecção sexualmente transmissível (IST), já que não há dados que comprovem que o sêmen ou os fluidos vaginais tenham capacidade de infectar o outro.
Também é importante ressaltar que, embora os homens sejam a maioria dos casos conhecidos até o momento, qualquer pessoa pode pegar o vírus se tiver contato direto com as lesões causadas pela doença.
Para o estudo, que foi publicado recentemente na revista científica The Lancet, os pesquisadores avaliaram 181 pacientes com a doença, diagnosticados em três clínicas da Espanha entre maio e junho.
Segundo eles, quase todos os indivíduos ou tiveram relações sexuais anteriores com uma pessoa que teve diagnóstico para o vírus monkeypox ou tinham múltiplos parceiros nos últimos três meses ou faziam uso de drogas recreativas durante o sexo.
Além disso, 17% dos infectados apresentaram um quadro de IST concomitante à varíola do macaco.
“Essa observação, juntamente com a localização das lesões, o histórico de exposição dos indivíduos e as infecções sexualmente transmissíveis concomitantes, sugere que o contato próximo durante o sexo é a forma dominante de transmissão da varíola dos macacos no surto atual”, concluiu o estudo, que destaca a necessidade conscientizar a população sobre o risco relacionado ao contato pele a pele.
Os autores também destacam que a presença de lesões na região do ânus e das genitálias em 78% dos casos analisados corrobora com a transmissão durante o sexo.
Além disso, amostras das lesões indicaram uma carga viral até três vezes maior que a observada nas amostras respiratórias, que apresentam baixo ou nenhum risco de transmissão, segundo os pesquisadores envolvidos na investigação.