Mulher achou que estava sendo traída, mas era início de demência do marido

Juntos há 31 anos, Emma Ruscoe estranhou o comportamento de seu marido e chegou até mesmo a cogitar que ele tinha uma amante

Emma Ruscoe começou a estranhar o comportamento de seu marido, Simon Ruscoe, e imaginou que ele estava tendo uma amante. Mal sabia a inglesa que aqueles eram os primeiros sintomas de demência.

Aos 50 anos, Simon mudou de atitude radicalmente, mostrando desinteresse nas atividades familiares e na convivência com a esposa, o que fez com que Emma cogitasse a infidelidade dele.

Mas as mudanças, na verdade, eram sinais de alerta de uma perda cognitiva precoce.

Simon, hoje com 58 anos, foi diagnosticado com demência precoce
Créditos: Reprodução/Daily Mail
Simon, hoje com 58 anos, foi diagnosticado com demência precoce

Primeiros sinais de demência

Tudo começou no final de 2015, quando Emma notou a primeira mudança no comportamento de Simon: ele não queria mais sair de casa.

“Ele se tornou muito reservado e percebi que ele estava se afastando cada vez mais, a ponto de pensar que ele estava tendo um caso”, relatou em entrevista ao Daily Mail.

Os sintomas só se intensificavam, principalmente a perda de memória. Foi neste ponto que Emma começou a perceber que algo estava errado na saúde do marido. Mas a confirmação definitiva só veio em 2020.

Diagnóstico demorado

Em 2016, Emma e Simon viajaram para a Grécia com os dois filhos. Nesta viagem, a mulher reparou no quão incomum estava sendo o comportamento de seu marido, o que aumentou a desconfiança de que ele estaria doente.

Na ocasião, Simon, que trabalhava com tecnologia da informação, ficava muito briguento, além de esquecer as conversas que tinham acabado de acontecer.

Emma procurou ajuda de um clínico geral em diferentes épocas, mas em todas as vezes o homem acabava sendo encaminhado para uma clínica de memória e os médicos descartavam demência.

A investigação mais precisa para descobrir a condição de Simon começou em 2018. Mas, inicialmente, nem os médicos estavam seguros de que se tratava de demência.

Como Simon está hoje?

Até que, em 2020, depois de muita insistência da família, novos médicos opinaram no caso e o diagnóstico saiu, o que deixou Emma aliviada.

“Eu sabia que algo estava errado, enquanto ninguém acreditava que havia algo errado com ele (…) Uma vez que recebi o diagnóstico de demência precoce, eu sabia com o que estava lidando”, desabafou Emma.

Atualmente, Simon segue nos cuidados da esposa e dos filhos em casa, mas ela não sabe o que o futuro aguarda.

“Estou procurando um assistente pessoal para nos dar uma pausa e dar a Simon alguma independência. É uma dor viva – você vê aquela pessoa se deteriorar. Estamos juntos há 31 anos. Ver a pessoa com quem cresci desaparecer é de partir o coração. Nos dias ruins, parece que meu coração está sendo arrancado, mas nos dias bons, acho que tenho sorte por ele ainda estar aqui”, afirmou.