Mulher morre de insuficiência hepática por overdose de paracetamol

A superdosagem de medicamentos, mesmo aqueles que parecem inofensivos, pode trazer sérios riscos à saúde

A neozelandesa Joan Ita Bergin, de 58 anos, morreu de insuficiência hepática após uma overdose de paracetamol. O remédio era usado há uma semana para tratar a tosse e dor no peito.

Ela chegou a ser socorrida, mas no hospital começou a vomitar bile e exames revelaram que ela tinha enzimas hepáticas elevadas e baixos níveis de oxigênio.

Overdose foi causada por sachê com paracetamol
Créditos: divulgação/Reckitt
Overdose foi causada por sachê com paracetamol

Os médicos a internaram em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e ela foi diagnosticada com insuficiência hepática, morrendo 13 dias depois.

O caso aconteceu no início do ano, e as investigações posteriores descobriram que ela tomou uma quantidade maior que a recomendada de Lemsip, um remédio para gripe que é antitérmico e analgésico e contém paracetamol.

A dose máxima recomendada de Lemsip é um sachê, contendo 1.000mg de paracetamol, a cada quatro a seis horas.

Qualquer medicamento, mesmo os de sachê precisam respeitar a dose máxima recomendada
Créditos: inspired_by_the_light/istock
Qualquer medicamento, mesmo os de sachê precisam respeitar a dose máxima recomendada

A causa da morte foi dada como falência múltipla de órgãos, pneumonia e insuficiência hepática aguda secundária à overdose não intencional de paracetamol.

O laudo também apontou que ela havia bebido quantidades excessivas de álcool, que colaborou para o dano hepático.

Cuidado às doses

A fabricante Reckitt, do remédio Lemsip, que não é vendido no Brasil, informou que como qualquer outro medicamento, é importante que os consumidores leiam atentamente e sigam as instruções fornecidas na embalagem e no folheto de informações. A superdosagem pode trazer sérios riscos à saúde.

De acordo com um estudo apresentado na revista científica BMJ,  intoxicação por paracetamol  não tratada pode causar graus variáveis de lesão hepática entre 2 e 4 dias após a ingestão, incluindo insuficiência hepática fulminante.