Estudo aponta nutriente que conseguiu reduzir o crescimento de tumor de próstata

Estudo revela como ajustes na dieta podem retardar o crescimento de tumores em pacientes com câncer de próstata em vigilância ativa

16/12/2024 17:22

Um estudo trouxe novas esperanças para homens diagnosticados com câncer de próstata em estágio inicial.

Alterações na alimentação podem contribuir para desacelerar o crescimento de células cancerosas em homens com câncer de próstata sob vigilância ativa
Alterações na alimentação podem contribuir para desacelerar o crescimento de células cancerosas em homens com câncer de próstata sob vigilância ativa - iStock/Dr_Microbe

Publicado no Journal of Clinical Oncology, o trabalho mostrou que mudanças simples na dieta podem ajudar a retardar o crescimento de células tumorais, representando um avanço significativo para aqueles em vigilância ativa.

A vigilância ativa é uma estratégia adotada por homens com câncer de próstata de baixo risco. Nela, o tumor é monitorado regularmente, mas sem intervenções imediatas. Apesar de eficaz, cerca de 50% dos pacientes acabam precisando de tratamentos mais agressivos após cinco anos.

Descobertas do estudo sobre alimentação e câncer de próstata

O estudo da Universidade da Califórnia (UCLA) analisou como a alimentação pode ser uma aliada nesse cenário. Pacientes que seguiram uma dieta rica em ácidos graxos ômega-3 e com baixo teor de ômega-6 apresentaram resultados animadores.

A pesquisa incluiu 100 homens divididos em dois grupos: um manteve a dieta habitual e outro seguiu uma alimentação com suplementação de óleo de peixe e orientação nutricional personalizada.

Após um ano, os participantes com dieta modificada apresentaram uma redução de 15% no índice Ki-67, um biomarcador que indica a multiplicação de células tumorais. Em contraste, o grupo de controle teve um aumento de 24% nesse indicador.

Embora os resultados mostrem o potencial de retardar o crescimento do tumor, os pesquisadores destacam que não houve impacto em outros marcadores de progressão, como o grau de Gleason.

Quais alimentos ajudam e quais devem ser evitados?

Para criar um equilíbrio favorável entre ômega-3 e ômega-6, os pacientes foram orientados a:

  • Priorizar peixes como salmão e sardinha, azeite e cápsulas de óleo de peixe.
  • Evitar frituras, alimentos processados como biscoitos, ricos em ômega-6.

Além disso, o acompanhamento nutricional ajudou os participantes a adotar escolhas mais saudáveis e sustentáveis.

“Nossas descobertas sugerem que algo tão simples como ajustar sua dieta pode potencialmente retardar o crescimento do câncer e prolongar o tempo antes que intervenções mais agressivas sejam necessárias”, afirmou William Aronson, autor principal do estudo.

Mais estudos são necessários

Embora o estudo tenha trazido resultados promissores, ele também levantou questões. Segundo os pesquisadores, são necessárias investigações mais amplas para confirmar os benefícios a longo prazo das mudanças alimentares.

“As descobertas apoiam ensaios ainda maiores para explorar o impacto a longo prazo das mudanças na dieta na progressão do câncer nos resultados do tratamento e nas taxas de sobrevivência em homens sob vigilância ativa”, pontuou Susanne Henning, autora sênior do estudo.

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