O primeiro sintoma de ansiedade sobre o qual pouco falamos
Este sintoma é resultado do comando que o cérebro envia ao corpo para entrar no modo de luta ou fuga
Você já sentiu dificuldade para respirar, como se o ar simplesmente não entrasse direito nos pulmões, mesmo sem nenhum problema físico aparente? Esse sintoma, conhecido como dispneia, pode ser o primeiro sinal de ansiedade, mas nem sempre as pessoas associam a respiração curta e ofegante a um transtorno emocional.
Enquanto a maioria imagina que os sintomas da ansiedade envolvem apenas pensamentos acelerados, nervosismo ou inquietação, o corpo costuma dar sinais físicos mais silenciosos. E entre eles, a falta de ar é um dos mais comuns.
O que acontece na mente e no corpo numa crise de ansiedade
Isso acontece quando percebemos uma ameaça, seja ela real ou imaginária. Então, o cérebro sinaliza ao corpo para entrar em modo de luta ou fuga. Esse processo ativa o sistema nervoso simpático, fazendo o corpo liberar adrenalina, o que aumenta a frequência cardíaca, tensiona os músculos e altera os padrões respiratórios, deixando a respiração rápida e superficial. É daí que vem a sensação de sufocamento, mesmo que os níveis de oxigênio estejam normais.
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Sintomas que acompanham a dispneia por ansiedade
Nem sempre a falta de ar aparece sozinha. Outros sinais físicos e emocionais podem surgir junto com a dispneia:
- Sensação de aperto no peito
- Palpitações ou coração acelerado
- Tontura ou sensação de desmaio
- Suor excessivo
- Mãos trêmulas
- Pensamentos de catástrofe, como medo de morrer ou perder o controle
É comum que esses sintomas levem à procura por emergências médicas, quando na verdade se trata de uma crise de ansiedade aguda.

Como diferenciar a dispneia por ansiedade de outras causas?
Embora o diagnóstico deva ser sempre feito por um profissional, alguns sinais podem indicar que a falta de ar é de origem emocional:
- Aparece em momentos de estresse, tensão ou preocupação intensa;
- Surge mesmo em repouso, sem esforço físico;
- Melhora com técnicas de respiração ou após momentos de relaxamento;
- Não há alterações em exames cardíacos ou pulmonares;
- Vem acompanhada de outros sintomas típicos de ansiedade.
Tratamento e alívio
A boa notícia é que isso não vai durar para sempre. A falta de ar geralmente desaparece relativamente rápido. Se acontecer com frequência, for intenso, durar mais de alguns minutos ou for acompanhado de dor no peito ou náusea, é importante buscar ajuda profissional.
A dispneia causada pela ansiedade pode ser tratada de forma eficaz com uma abordagem multidisciplinar. Entre as principais estratégias estão:
- Terapia cognitivo-comportamental (TCC): ajuda a identificar padrões de pensamento que disparam crises;
- Exercícios de respiração: técnicas como respiração diafragmática e mindfulness reduzem a hiperventilação;
- Atividade física regular: melhora a oxigenação e reduz sintomas ansiosos;
- Medicação: em casos mais graves, o uso de ansiolíticos ou antidepressivos pode ser indicado.
Outras formas de acalmar o corpo
Há ainda outras formas físicas e mentais de lidar com a sensação de falta de ar da ansiedade. Umas das técnicas é entrar em contato com seus cinco sentidos com a técnica 5-4-3-2-1.
Ela consiste em primeiramente focar na respiração e depois identificar:
- 5 coisas que você pode ver no ambiente
- 4 coisas que pode tocar
- 3 coisas que pode ouvir
- 2 coisas que pode cheirar
- 1 coisa que pode sentir o gosto
Basicamente, esta técnica traz sua atenção de volta ao momento presente e ajuda a romper padrões de pensamento ansiosos.
Outra forma de acalmar a mente e assim tranquilizar a respiração é, ao invés de imaginar o pior cenário, pintar um quadro mental do melhor desfecho possível para a situação que te angustia.
- Feche os olhos e visualize com todos os detalhes: como a situação acontece de forma ideal, o que você sente, ouve, vê e até saboreia?
- Quanto mais você praticar, mais o cérebro cria associações positivas, transformando antigos medos em novas possibilidades.