O que diz a OMS sobre a pior subvariante do coronavírus já descoberta

Nova cepa tem sido apontada como responsável pelo aumento de casos na Índia, onde ela circula há pelo menos um mês

Apelidada de Centaurus, a nova subvariante da Ômicron BA.2.75 está sendo apontada como a mais infecciosa e transmissível até agora. A Organização Mundial da Saúde (OMS) monitora a nova cepa que foi detectada pela primeira vez na Índia, mas já se espalhou para pelo menos 10 países, incluindo o Reino Unido, Estados Unidos, Austrália, Alemanha, Canadá e Holanda.

De acordo com a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, como até agora há poucas sequências genéticas da BA.2.75, pouco se sabe sobre ela.

“Ainda é muito cedo para saber se essa subvariante tem propriedades adicionais de invasão imune ou de ser mais grave clinicamente. Nós não sabemos isso. Temos que esperar e ver”, disse.

Nova subvariante da Ômicron está sendo apontada como a mais transmissível até agora
Créditos: CIPhotos/istock
Nova subvariante da Ômicron está sendo apontada como a mais transmissível até agora

Até que se saiba mais detalhes sobre a BA.2.75, ela ainda não será considerada como variante de preocupação ou de interesse.

“A qualquer momento, se houver o surgimento de um vírus que pareça muito diferente de um anterior, o suficiente para ser chamado de uma variante separada de preocupação, o comitê fará isso”, disse a cientista em um vídeo publicado no Twitter da OMS.

Uma variante é considerada de preocupação quando seu poder de transmissão é maior, gera quadros de doença mais grave ou
diminui a eficácia de vacinas disponíveis.

Preocupação na comunidade científica

Apesar de poucas informações sobre a nova subvariante, alguns virologistas já expressam preocupação com a rápida transmissibilidade dela. Na Índia, onde a cepa já circula há um mês, ela tem sido apontada como a responsável pelo aumento de casos.

Mutações na proteína spike preocupam virologistas
Créditos: Design Cells/istock
Mutações na proteína spike preocupam virologistas

Chama a atenção o fato de a nova cepa ter oito mutações a mais que a BA.2 na proteína spike – partícula do SARS-CoV-2 que ajuda o vírus a entrar na célula humana.

Tom Peacock, virologista do Departamento de Doenças Infecciosas do Imperial College de Londres, publicou no Twitter que “nenhuma dessas mutações individualmente realmente é sinalizada como preocupante, mas, o aparecimento de todas juntas, de uma só vez, é outra questão.”