Harvard alerta: é isso que a insônia pode causar no seu corpo

Um artigo, divulgado pela renomada Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, aponta para uma relação alarmante entre a insônia, definida como menos de oito horas por noite, e um aumento no risco de obesidade, tanto em adultos quanto em crianças.

No Brasil, os dados estatísticos revelam uma situação preocupante. Segundo a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO), houve um aumento de 72% na prevalência da obesidade em apenas 13 anos. 

O achado ganha destaque dada a crescente incidência global desta condição crônica. A relação entre a falta de sono e o ganho de peso envolve diversos mecanismos. 

• Entenda os sintomas da pressão alta e evite problemas cardíacos
• USP abre vagas em 16 cursos gratuitos de ‘intercâmbio’
• Psoríase: estudo revela novo possível fator causal da doença de pele
• Escovar os dentes ajuda a prevenir grave doença, revela Harvard

O que a insônia pode causar no organismo?

Em primeiro lugar, a privação de sono pode elevar os níveis de grelina, o hormônio que estimula o apetite, enquanto reduz os níveis de leptina, que promove a sensação de saciedade.

Esse desequilíbrio hormonal pode levar a um aumento na ingestão de calorias. Além disso, pessoas com insônia tendem a buscar alimentos ricos em calorias e açúcares, aumentando ainda mais o risco de ganho de peso.

Estudos de longo prazo oferecem uma visão mais ampla das consequências da privação de sono.

Quais são as consequências da insônia a longo prazo?

Uma pesquisa realizada no Reino Unido, acompanhando mais de 8 mil crianças, descobriu que aquelas que dormiam menos de 10 horas e meia por noite aos três anos tinham 45% mais chances de se tornarem obesas aos sete anos.

Além disso, um estudo na Nova Zelândia acompanhou 1.037 indivíduos desde o nascimento até os 32 anos e descobriu que aqueles com padrões de sono reduzidos na infância tinham uma probabilidade 50% maior de desenvolver obesidade na vida adulta.

Dados do Nurses’ Health Study, que acompanhou 68 mil mulheres americanas de meia-idade por 16 anos, revelaram que aquelas que dormiam cinco horas ou menos por noite tinham 15% mais chances de se tornarem obesas do que aquelas que dormiam cerca de sete horas.

O cenário atual suscita uma reflexão sobre os estilos de vida e a importância de priorizar padrões de sono saudáveis como parte fundamental do combate à obesidade.

Quais são as práticas para combater a insônia?

• Estabeleça uma rotina de sono: tente ir para a cama e acordar todos os dias nos mesmos horários. Inclusive nos fins de semana, para regularizar o ciclo circadiano.
• Crie um ambiente propício para dormir: mantenha o quarto escuro, silencioso e fresco, utilizando cortinas blackout, tampões de ouvido e ajustando a temperatura ambiente.
• Evite estimulantes antes de dormir: reduza o consumo de cafeína, álcool e nicotina algumas horas antes de deitar, pois essas substâncias podem atrapalhar o sono.
• Limite a exposição a telas eletrônicas: desligue dispositivos eletrônicos, como smartphones, tablets e computadores, pelo menos uma hora antes de dormir. Isso porque a luz azul emitida por eles pode interferir na produção de melatonina, o hormônio do sono.
• Pratique relaxamento: por fim, experimente técnicas de relaxamento, como a meditação, a yoga ou a leitura de um livro tranquilo. Tudo para acalmar a mente antes de dormir.

Se mesmo com essas estratégias a insônia persistir, é importante consultar um médico para investigar possíveis causas subjacentes.