Os fatores que te colocam em risco de sofrer um AVC

Conhecer e controlar os fatores de risco é o primeiro passo para preservar sua saúde cerebral e sua qualidade de vida

Por Silvia Melo em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
18/04/2025 17:02

O Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como derrame cerebral, é uma das principais causas de morte e incapacidade no Brasil e no mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), milhões de pessoas sofrem um AVC a cada ano, e grande parte dos casos poderia ser evitada com a adoção de hábitos saudáveis e o controle de fatores de risco.

Embora o AVC possa acontecer com qualquer pessoa, certos comportamentos, condições médicas e até características genéticas podem aumentar significativamente a probabilidade de um evento. 

Conheça os principais fatores de risco para o AVC

Pressão alta

A hipertensão arterial é o fator de risco número um para o AVC. Ela força os vasos sanguíneos, pode danificar suas paredes e facilitar o rompimento de artérias ou a formação de coágulos que obstruem o fluxo sanguíneo cerebral. Infelizmente, a pressão alta costuma ser assintomática, o que dificulta o diagnóstico precoce. Por isso, medir regularmente a pressão é essencial para a prevenção.

O AVC é uma ameaça real, mas prevenível na maioria das vezes
O AVC é uma ameaça real, mas prevenível na maioria das vezes - iStock/peterschreiber.media

Diabetes descontrolado

O diabetes tipo 2 está diretamente ligado ao risco de AVC, especialmente quando os níveis de glicose não são bem controlados. O excesso de açúcar no sangue danifica os vasos sanguíneos e favorece o acúmulo de placas de gordura nas artérias, processo conhecido como aterosclerose. Pessoas com diabetes têm até quatro vezes mais chances de sofrer um AVC do que aquelas com níveis normais de glicose.

Colesterol alto

O colesterol em excesso, principalmente o LDL (colesterol “ruim”), contribui para a formação de placas nas artérias. Essas placas podem se romper e liberar coágulos, que, ao chegarem ao cérebro, bloqueiam o fluxo sanguíneo e causam um AVC isquêmico. A boa notícia é que o controle do colesterol é possível com uma dieta equilibrada, atividade física regular e, se necessário, o uso de medicamentos.

Tabagismo e álcool

Fumar aumenta consideravelmente o risco de AVC, pois afeta a saúde vascular, aumenta a pressão arterial e facilita a formação de coágulos. O álcool, quando consumido em excesso, também contribui para o aumento da pressão arterial e para alterações nos batimentos cardíacos, como a fibrilação atrial, que é outro fator de risco importante.

Sedentarismo e obesidade

A falta de atividade física e o sobrepeso favorecem o acúmulo de gordura abdominal, resistência à insulina, aumento da pressão arterial e do colesterol — um combo perfeito para desenvolver doenças cardiovasculares, incluindo o AVC. A prática de exercícios moderados por pelo menos 150 minutos semanais já faz grande diferença na prevenção.

Histórico familiar e genética

Ter parentes de primeiro grau (pais, irmãos) que sofreram um AVC aumenta seu risco de ter o mesmo problema, principalmente se o evento ocorreu antes dos 60 anos. Recentemente, estudos genéticos mostraram que até o tipo sanguíneo pode influenciar esse risco. Pessoas com sangue tipo A, por exemplo, têm uma chance até 16% maior de sofrer um AVC precoce. 

Problemas cardíacos e fibrilação atrial

Arritmias, especialmente a fibrilação atrial, aumentam o risco de formação de coágulos no coração, que podem viajar até o cérebro e causar um AVC. Essa condição costuma ser silenciosa, mas pode ser identificada por meio de exames de rotina. Controlar essas disfunções com medicamentos ou intervenções médicas é fundamental.

Estresse crônico e saúde mental

O estresse prolongado pode elevar a pressão arterial, induzir maus hábitos como comer mal, fumar ou beber, e ainda impactar negativamente o sono — outro fator importante na saúde cardiovascular. Cuidar da mente é, portanto, tão importante quanto cuidar do corpo quando o assunto é prevenção de AVC.