Pesquisa associa sono insuficiente a risco de diabetes tipo 2
De acordo com o estudo, pessoas que dormiam menos de seis horas por noite estavam em risco mesmo tendo uma dieta saudável
Sono e diabetes tipo 2 pode ter uma relação importante. De acordo com um estudo, pessoas que dormem apenas três a cinco horas por dia podem ter maior risco de desenvolver a doença.
A pesquisa foi publicada no periódico JAMA Network Open, em março deste ano.
O diabetes tipo 2 afeta a capacidade do corpo de processar açúcar, dificultando a absorção de insulina. O resultado são altos níveis de açúcar no sangue.
Com o tempo, a doença pode causar danos sérios, particularmente aos nervos e vasos sanguíneos.
Detalhes do estudo
Os pesquisadores usaram dados de um dos maiores bancos de dados populacionais do mundo, o UK Biobank. Eles mapearam geneticamente quase meio milhão de participantes do Reino Unido, que também responderam a perguntas sobre saúde e estilo de vida.
A equipe de pesquisa acompanhou os participantes por mais de 10 anos. No fim, descobriu-se que uma duração de sono entre três e cinco horas estava associada a um risco maior de desenvolver diabetes tipo 2.
Os pesquisadores descobriram que, embora uma alimentação saudável reduza o risco da doença, pessoas que dormiam menos de seis horas por noite não conseguiam compensar os efeitos com uma dieta saudável.
Apesar dos resultados indicarem uma ligação entre sono de má qualidade e diabetes, não é uma relação de causa e efeito.
De acordo com os especialistas, isso exigiria ensaios randomizados intervindo em hábitos de sono para aumentar o tempo de sono e ver se isso reduz o risco de diabetes em pessoas em risco.
A equipe também diz que mais pesquisas são necessárias para explorar se hábitos alimentares específicos, como comer em determinados horários do dia, podem neutralizar os efeitos da falta de sono.
Quais os impactos do diabetes?
O diabetes pode levar a complicações graves de saúde, tanto a curto quanto a longo prazo. Além disso, há uma série de efeitos secundários que podem complicar ainda mais o quadro clínico do paciente.
Em primeiro lugar, as complicações cardiovasculares são uma das principais consequências do diabetes.
Devido aos níveis elevados de glicose no sangue, ocorre um dano aos vasos sanguíneos e aos nervos que controlam o coração.
Como resultado, os pacientes com diabetes têm um risco aumentado de desenvolver doenças cardíacas, como infarto do miocárdio, e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
Ademais, os danos aos nervos, também conhecidos como neuropatia diabética, são outra complicação comum.
A neuropatia pode causar dor, formigamento e perda de sensibilidade, principalmente nas extremidades, como pés e mãos. Isso, por sua vez, pode levar a úlceras nos pés e, em casos graves, pode resultar em amputações.
Além disso, o diabetes pode afetar os olhos, levando à retinopatia diabética, que é uma das principais causas de cegueira em adultos.
Os rins também podem sofrer impactos com o diabetes. A nefropatia diabética, ou doença renal diabética, ocorre quando os filtros dos rins sofrem danos, resultando em insuficiência renal. Em casos extremos, isso pode necessitar de diálise ou transplante de rim.
Além dessas complicações, o diabetes também pode causar problemas de pele, como infecções e feridas de cicatrização lenta. Da mesma forma, pode haver complicações na saúde bucal, incluindo gengivite e periodontite, que são mais comuns e mais graves em pessoas com diabetes.