Problema enfrentado por muitos aumenta risco de Alzheimer
Novos estudos mostram relação importante entre este problema e declínio cognitivo
Muitas pessoas lutam contra a constipação, especialmente na velhice. Mas muitas pessoas em outras faixas etárias também são afetadas, o que pode ser atribuído, entre outras coisas, a uma dieta pobre em fibras e à falta de exercícios. Acontece que esse problema pode levar a um risco aumentado de Alzheimer.
Um novo estudo apresentado na conferência internacional da Alzheimer’s Association em Amsterdã, na Holanda, concluiu que a constipação crônica pode acelerar o declínio cognitivo.
O estudo mostra, entre outras coisas, que os afetados com evacuações infrequentes apresentavam pior desempenho cognitivo. Dois estudos também encontraram uma conexão entre certas bactérias intestinais e um risco aumentado de desenvolver demência ao longo da vida. Outras bactérias no intestino, por outro lado, podem ajudar a manter o cérebro saudável.
Detalhe do estudo
Para estudar como a composição bacteriana do intestino está relacionada à saúde do cérebro, os cientistas da Universidade de Massachusetts Amherst analisaram três grandes estudos envolvendo mais de 110.000 pessoas.
Eles coletaram dados sobre a frequência das evacuações de todos os participantes entre 2012-2013 e fizeram com que avaliassem seu funcionamento mental de 2014-2017. Em um subgrupo de mais de 12.000 indivíduos, o desempenho mental foi medido, além da autoavaliação por meio de exames médicos entre 2014 e 2018.
A falta de certas bactérias intestinais promove o declínio mental
Os pesquisadores descobriram que os participantes com constipação tinham funcionamento mental significativamente pior em comparação com aqueles com o funcionamento diário. Eles tinham menos microrganismos intestinais responsáveis pela digestão de fibras dietéticas. Ter uma evacuação a cada três dias ou menos foi associado a uma probabilidade 73% maior de declínio mental.
Mas os pesquisadores fizeram outra descoberta: as pessoas que evacuavam mais de duas vezes por dia também apresentavam um risco ligeiramente maior de declínio cognitivo.
Esses resultados, segundo os autores do estudo, ressaltam a importância de os médicos se comunicarem com seus pacientes idosos sobre saúde intestinal e constipação em particular.
As novas descobertas se somam à crescente pesquisa sobre a ligação entre um intestino saudável e um cérebro saudável. Os pesquisadores esperam descobrir mais respostas para ajudar a desenvolver abordagens terapêuticas de redução de risco para a doença de Alzheimer e outras demências.