Psoríase: conheça os sinais e tratamentos da doença

Os sintomas desaparecem e reaparecem periodicamente e o quadro pode ser agravado por estresse

Por: Redação

A psoríase é uma doença autoimune não contagiosa, que está sujeita a melhoras e recaídas e que não tem cura. Carateriza-se por manchas rosas ou avermelhadas, cobertas por escamas esbranquiçadas.

Embora algumas pessoas pensem na psoríase como uma doença de pele, ela também pode afetar os ossos e os músculos, provocando dores articulares.

A doença atinge homens e mulheres, em qualquer idade, podendo ocorrer desde formas localizadas e discretas, até formas muito severas que acometem grande área da superfície corporal.

Geralmente, os sinais aparecem nos cotovelos, joelhos, mãos, pés e couro cabeludo e se intensificam durante as crises.

“O paciente pode perceber aquela casca no couro cabeludo que nunca melhora ou manchas vermelhas descamativas nos cotovelos e joelhos ou uma micose na unha do pé que nunca sara. Essas manchas vermelhas normalmente causam coceira e desconforto”, explica Gabriella Albuquerque, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) do Rio de Janeiro.

Vermelhidão, coceira e descamação são sinais de psoríase
Créditos: PositiveFocus/istock
Vermelhidão, coceira e descamação são sinais de psoríase

Tipos e sintomas de psoríase

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, os tipos da doença se dividem da seguinte forma:

Psoríase em placas ou vulgar: manifestação mais comum da doença. Forma placas secas, avermelhadas com escamas prateadas ou esbranquiçadas. Essas placas coçam e, algumas vezes, doem, podendo atingir todas as partes do corpo, inclusive genitais. Em casos graves, a pele em torno das articulações pode rachar e sangrar.

Psoríase ungueal: afeta as unhas das mãos e dos pés. Faz com que a unha cresça de forma anormal, engrosse, escame, mude de cor e até se deforme. Em alguns casos, a unha chega a descolar.

Psoríase do couro cabeludo: surgem áreas avermelhadas com escamas espessas branco-prateadas, principalmente após coçar. O paciente pode perceber os flocos de pele morta em seus cabelos ou em seus ombros, especialmente depois de coçar o couro cabeludo. Assemelha-se à caspa.

Coçar a região com lesões pode piorar o quadro de psoríase
Créditos: Sergey Dogadin/istock
Coçar a região com lesões pode piorar o quadro de psoríase

Psoríase gutata: geralmente é desencadeada por infecções bacterianas, como as de garganta. É caracterizada por pequenas feridas, em forma de gota no tronco, nos braços, nas pernas e no couro cabeludo. As feridas são cobertas por uma fina escama, diferente das placas típicas da psoríase que são grossas. Este tipo acomete mais crianças e jovens antes dos 30 anos.

Psoríase invertida: atinge principalmente áreas úmidas, como axilas, virilhas, embaixo dos seios e ao redor dos genitais. São manchas inflamadas e vermelhas. O quadro pode agravar em pessoas obesas ou quando há sudorese excessiva e atrito na região.

Psoríase pustulosa: nesta forma de psoríase, podem ocorrer manchas, bolhas ou pústulas (pequena bolha que parece conter pus) em todas as partes do corpo ou em áreas menores, como mãos, pés ou dedos (chamada de psoríase palmoplantar). Geralmente, se desenvolve rápido, com bolhas de pus que aparecem poucas horas depois de a pele tornar-se vermelha. As bolhas secam dentro de um dia ou dois, mas podem reaparecer durante dias ou semanas. A psoríase pustulosa generalizada pode causar febre, calafrios, coceira intensa e fadiga.

Psoríase eritodérmica: é o tipo menos comum. Acomete todo o corpo com manchas vermelhas que podem coçar ou arder intensamente, levando a manifestações sistêmicas. Ela pode ser desencadeada por queimaduras graves, tratamentos intempestivos (como uso ou retirada abrupta de corticosteroides), infecções ou por outro tipo de psoríase mal-controlada.

Psoríase artropática: além da inflamação na pele e da descamação, a artrite psoriática, como também é conhecida, causa fortes dores nas articulações. Afeta mais comumente as articulações dos dedos dos pés e mãos, coluna e juntas dos quadris e pode causar rigidez progressiva e até deformidades permanentes. Também pode estar associada a qualquer forma clínica da psoríase.

Tratamento

Não há cura para a psoríase, mas é possível gerenciar os sintomas com medicamentos. O SUS (Sistema Único de Saúde) tem tratamento gratuito para pessoas com psoríase. São oito tipos de fármacos específicos para a doença.

Ao receber o diagnóstico e a prescrição do medicamento, é possível retirá-lo sem custo nas farmácias do SUS ou nos postos de saúde. Para isso, é preciso levar:

  •         Cópia do Cartão Nacional de Saúde;
  •         Cópia do documento de identidade (RG) + original;
  •         Cópia do comprovante de residência;
  •         LME (laudo de solicitação de medicamentos) preenchida pelo seu médico;
  •         Termo de Esclarecimento e Responsabilidade assinado e verificar se há algum outro procedimento (como exames) necessário a ser realizado de acordo com a particularidade de cada Estado.

Cada caso pede um tratamento específico. Por isso, é fundamental a orientação de um profissional de saúde. Como complemento ao tratamento, é indicado de 15 a 20 minutos de sol por dia. O paciente também deve manter a pele sempre hidratada.

A Dra. Claudia Maia, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, esclarece sobre os tipos de tratamento existentes, além da medicação oral. Assista no vídeo abaixo:

Cuidados

Evitar coçar a região afetada é difícil, mas importante. Algumas maneiras de minimizar a coceira é manter a pele bem hidratada, usando cremes ou pomadas, e fazer compressas de água fria. Também é recomendável evitar banhos quentes que podem agravar o quadro.

Causas de psoríase

A causa da psoríase não é totalmente compreendida, mas se sabe que fatores genéticos, imunológicos, ambientais e psicológicos estão associados. O estresse também é um fator que piora a doença.“O portador normalmente tem uma pré-disposição genética, mas o fumo, álcool, sedentarismo e estresse podem ajudar a desencadear o problema”, afirma a dermatologista Gabriella Albuquerque.

Também acredita-se que a doença esteja relacionada a um problema no sistema imunológico com células T e outros glóbulos brancos, chamados neutrófilos.

As células T normalmente viajam pelo corpo para se defender de substâncias estranhas, como vírus ou bactérias, mas em quem tem psoríase, as células T atacam células saudáveis ​​da pele por engano, como se quisesse curar uma ferida ou combater uma infecção.

Células T hiperativas também desencadeiam o aumento da produção de células saudáveis ​​da pele, outras células T e outros glóbulos brancos, especialmente neutrófilos. Estes viajam para a pele causando vermelhidão e, às vezes, pus em lesões pustulosas. Vasos sanguíneos dilatados nas áreas afetadas pela psoríase criam calor e vermelhidão nas lesões da pele.

O processo torna-se um ciclo contínuo no qual novas células da pele se movem para a camada mais externa da pele muito rapidamente. As células da pele se acumulam em manchas espessas e escamosas na superfície da pele, continuando até o tratamento interromper o ciclo.

O que causa o mau funcionamento das células T em pessoas com psoríase não é totalmente claro. Os pesquisadores acreditam que tanto a genética quanto os fatores ambientais desempenham um papel.