Quais os sintomas dos 4 estágios da sífilis, IST que virou epidemia nos EUA?

Entenda as fases da sífilis e como identificar os sintomas para evitar complicações graves; EUA está em alerta

06/02/2024 11:02 / Atualizado em 09/02/2024 22:37

Casos de IST, como a sífilis, estão fora de controle nos EUA
Casos de IST, como a sífilis, estão fora de controle nos EUA - iStock/Roman Didkivskyi

Nos Estados Unidos, vem crescendo a preocupação com uma epidemia de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) que, de acordo com a Coligação Nacional de Diretores de ISTs, está ficando cada vez mais “fora de controle”.

O alarmante aviso ocorreu após a divulgação do relatório anual de dados sobre ISTs pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Conforme o relatório, foram registrados mais de 2,5 milhões de casos de clamídia, gonorreia e sífilis no país em 2022, sendo a clamídia a IST mais comum nos EUA.

Sífilis em ascensão nos EUA

Apesar da clamídia liderar os registros, o recente aumento nos casos de sífilis vem gerando maior preocupação entre as autoridades de saúde.

Os relatos indicam que a sífilis, em todos os seus estágios, teve um aumento de 80% no período de cinco anos.

De especial preocupação é o crescimento de sífilis congênita, transmitida da mãe para o filho durante a gravidez ou parto, cujos casos atingiram mais de 3.700 registros em 2022, um aumento impressionante de 937% em uma única década.

A criança pode apresentar sintomas leves ao nascer ou sequelas permanentes. Também há casos em que a infecção pode levar ao abortamento ou ao óbito fetal.

A sífilis tem 4 fases cruciais, sendo a primeira e a segunda as que têm mais chances de contágio
A sífilis tem 4 fases cruciais, sendo a primeira e a segunda as que têm mais chances de contágio - jarun011/istock

O que acontece quando se tem sífilis?

Quando alguém tem sífilis podem ocorrer vários estágios e sintomas. Inicialmente, pode surgir uma úlcera indolor chamada cancro duro.

Se não tratada, a doença pode progredir para uma erupção cutânea, febre, fadiga e inflamação dos gânglios linfáticos. 

Há riscos de complicações graves, afetando o cérebro, o coração e outros órgãos, podendo até levar a pessoa à morte. É importante procurar um médico para diagnóstico e tratamento precoces, pois a sífilis pode ser curada com antibióticos se tratada a tempo.

Quanto tempo dura a sífilis?

O tempo de duração da sífilis pode variar dependendo do estágio da doença e se foi tratada ou não. Sem tratamento, a sífilis pode progredir através de estágios e durar toda a vida.

 Se tratada adequadamente com antibióticos, a sífilis pode ser curada em qualquer estágio. No entanto, se não tratada, pode levar a complicações graves.

Quais os sintomas dos 4 estágios da sífilis?

A sífilis é tida como uma infecção grave. Assim, identificar os sintomas nos primeiros estágios da doença é primordial para evitar complicações.

Os sinais de sífilis variam de acordo com cada estágio da doença, que se divide em:

1º estágio – Sífilis primária

Nessa etapa, a doença surge como uma única úlcera no local que teve contato com a bactéria – que pode ser a boca, a vagina, o pênis, o ânus, entre outras áreas. O período de manifestação pode variar entre 10 dias a 3 meses após o contágio.

Geralmente, a ferida não causa dor, não coça, não possui secreção, podendo estar acompanhada de caroços na virilha. Ela costuma desaparecer de maneira espontânea depois de 2 a 6 semanas e, por isso, pode acabar sendo ignorada pelo paciente, o que adia o diagnóstico e o tratamento adequado.

2º estágio – Sífilis secundária

Caso a doença não seja tratada durante sua fase primária, ela pode progredir para esse estágio, que acontece de 6 semanas a 6 meses após a primeira manifestação.

Acaba sendo comum o aparecimento de manchas avermelhadas no corpo ricas em bactérias, inclusive nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. Também pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo.

O problema é que essas manchas podem ser confundidas com outras condições, pois desaparecem em algumas semanas, trazendo a falsa impressão de cura.

3º estágio – Sífilis latente

Por não ter sinais ou sintomas, o diagnóstico nessa fase só ocorre por meio de testes imunológicos, devido a alguma suspeita da presença da doença.

A fase pode ser latente recente – até um ano de infecção – e latente tardia – mais de um ano de infecção. A fase dura até o surgimento de sintomas da forma secundária ou terciária.

4º estágio – Sífilis terciária

Já a “sífilis terciária” é o estágio mais avançado e perigoso da doença, podendo surgir entre 1 e 40 anos após o contágio.

As manifestações são em forma de lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, que podem ser graves, inclusive levando o paciente a óbito.

Como fica a PPK com sífilis?

Se a vagina teve contato com a bactéria, o sinal característico é o aparecimento de uma ferida. Essas feridas são firmes, redondas e indolores, embora possam estourar e ficar abertas e úmidas.

É também nesse momento que a infecção bacteriana é mais contagiosa. É fácil confundir com espinhas inofensivas, pelos encravados ou manchas simples.

O problema é as feridas podem não ser tão aparentes, ficando “ocultas” dentro da vagina ou colo do útero.

Essas feridas geralmente desaparecem sozinhas depois de algumas semanas, mesmo que você não receba tratamento para elas. No entanto, a infecção pela sífilis ainda estará no organismo e poderá progredir se não receber o tratamento.

Riscos e transmissão

Uma pessoa pode ter sífilis e não saber, isso porque a doença pode aparecer e desaparecer, mas continuar no organismo. Por isso é importante se proteger e fazer o teste.

Embora a sífilis possa ser curada com o uso correto de antibióticos, se não for diagnosticada e tratada a tempo, a infecção pode causar danos irreparáveis, principalmente em bebês, podendo resultar em atrasos no desenvolvimento, convulsões ou até mesmo morte.

A transmissão em adultos ocorre através de relações sexuais, progredindo em estágios distintos, sendo os dois primeiros os mais contagiosos.

Assegurar o uso de preservativos durante as relações sexuais, fazer exames periódicos e buscar orientação médica são ações que contribuem para a prevenção e controle desta doença.