Especialistas estimam quando será o fim da onda de Ômicron no país
Cálculo é baseado nas curvas de contágio em outros países
A queda de casos de contaminação por covid-19 em países como África do Sul e Reino Unido dá um indicativo de quando deve passar a onda de contágios provocada pela Ômicron aqui no Brasil.
Os especialistas ouvidos pelo jornal O Globo estimam que variante leva entre quatro e seis semanas para atingir o pico, com aumento vertiginoso de infecções. Após esse período, a curva tende a cair.
Seguindo esse padrão, o Brasil estaria a duas ou três semanas do pico. Depois disso, entraria na queda de casos.
“Vamos observar essa curva aqui e o estado onde isso será visto precocemente é São Paulo, que teve os primeiros casos. No entanto, como teve Réveillon e férias, houve uma sincronização entre as regiões. É um tsunami que vem e vai muito rapidamente. Se considerarmos a semana entre Natal e Ano Novo como início da curva epidemiológica, teremos o pico no começo de fevereiro para depois começar a queda. Isso, claro, se a nossa curva epidêmica se comportar de forma semelhante”, observou o infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Julio Croda.
No entanto, a professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ethel Maciel, que tem pós-doutorado em epidemiologia pela Universidade Johns Hopkins, alerta que é difícil cravar com precisão o momento da pandemia no país por conta da falta de dados.
“O problema no Brasil é o de sempre: não temos testes, e com o apagão de dados temos menos noção ainda do que está acontecendo”, destaca.
Cuidados ainda são necessários
Embora a onda pareça estar perto do fim, não é hora de relaxar na prevenção. Nesta quarta-feira, 19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou os líderes mundiais que a pandemia não está perto do fim porque novas variantes devem surgir.
“Esta pandemia está longe de terminar e com o incrível crescimento da Ômicron globalmente, novas variantes provavelmente surgirão, e é por isso que o rastreamento e a avaliação continuam críticos”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em um conferência de imprensa.
A OMS vem reforçando para a necessidade de manter o uso de máscara. Mesmo ao ar livre, a recomendação é não tirá-la e sempre que possível evitar aglomerações.