Refluxo silencioso: os sintomas da condição que passa despercebida

Se não for tratado, o refluxo pode causar infecções frequentes na garganta e nos seios da face, irritação crônica na garganta e na voz e lesões nas cordas

Se sua voz sai rouca e você não consegue parar de pigarrear, você pode ter uma forma de refluxo ácido frequentemente negligenciada, também chamada de refluxo silencioso.

O refluxo silencioso que faz com que o conteúdo ácido do estômago flua de volta para a parte superior do trato digestivo, atingindo a faringe e a laringe, levando a  sintomas como tosse crônica e dificuldade para engolir.

Ao contrário do refluxo clássico, no qual os sintomas comuns incluem azia e regurgitação, o refluxo silencioso muitas vezes não apresenta esses sinais típicos, por isso a condição permanece praticamente sem diagnóstico.

Os sintomas do refluxo silencioso podem passar despercebidos
Créditos: RyanKing999/istock
Os sintomas do refluxo silencioso podem passar despercebidos

Quais os sintomas do refluxo silencioso?

Os sintomas podem incluir:

  • Rouquidão persistente ou mudanças na voz devido à irritação na laringe causada pelo ácido estomacal.
  • Tosse crônica especialmente durante a noite.
  • Sensação de um caroço na garganta (globus faríngeo). Muitas pessoas descrevem a sensação de ter algo preso na garganta.
  • Dor de garganta crônica, que pode ser consequência da irritação constante.

Esses sintomas podem ser desencadeados por pequenos episódios de refluxo que ocorrem ao longo do tempo.

O diagnóstico do refluxo silencioso pode ser desafiador, uma vez que os sintomas podem ser vagos e não exclusivos desse problema.

Exames como a pHmetria esofágica, laringoscopia e manometria esofágica podem ser utilizados para avaliar a presença e a gravidade do refluxo.

Tratamento

O tratamento do refluxo silencioso pode envolver mudanças no estilo de vida, como evitar alimentos que desencadeiam o refluxo, elevar a cabeceira da cama durante o sono e perder peso, se necessário.

Medicamentos como inibidores da bomba de prótons (omeprazol, esomeprazol) e antiácidos também podem ajudar a reduzir a acidez no estômago.

É importante consultar um médico se você suspeitar de refluxo silencioso, especialmente se estiver experimentando sintomas persistentes na garganta ou na voz. O tratamento precoce pode ajudar a prevenir complicações a longo prazo.

Se não for tratado, o refluxo pode causar infecções frequentes na garganta e nos seios da face, irritação crônica na garganta e na voz e lesões nas cordas vocais.

Alimentos e bebidas que contribuem com o refluxo

Para pessoas que sofrem de refluxo gastroesofágico, certos alimentos e bebidas podem aumentar os sintomas e irritar o revestimento do esôfago.

Veja abaixo alguns alimentos que podem contribuir para o refluxo:

  • Alimentos ácidos: limões, laranjas, toranjas, tomates e produtos à base de tomate, vinagre.
  • Alimentos gordurosos, pois podem relaxar o esfíncter esofágico inferior, favorecendo o refluxo. Exemplos incluem frituras,  alimentos processados e gorduras saturadas.
  • Chocolate: por conter teobromina, pode relaxar o esfíncter esofágico inferior e permitir que o ácido do estômago reflua para o esôfago.
  • Café e outras bebidas que contenham cafeína podem aumentar a acidez do estômago e relaxar o esfíncter esofágico inferior.
  • Hortelã e produtos mentolados também podem agravar os sintomas de refluxo.
  • Alho e cebola podem aumentar a produção de ácido no estômago, contribuindo para o refluxo.
  • Bebidas alcoólicas também pode relaxar o esfíncter esofágico inferior e aumentar a produção de ácido no estômago.
  • Bebidas gaseificadas podem aumentar a pressão no estômago, contribuindo para o refluxo.
  • Alimentos picantes ou muito condimentados podem irritar o esôfago e agravar os sintomas de refluxo.
  • Produtos de hortaliças crucíferas, como brócolis, couve de Bruxelas, repolho e couve-flor podem causar gases e aumentar a pressão no estômago.

A resposta ao consumo desses alimentos pode variar entre as pessoas. Algumas podem tolerar certos alimentos sem problemas, enquanto outros podem ser mais sensíveis.

É sempre aconselhável manter um diário alimentar para monitorar os alimentos que desencadeiam os sintomas e discutir quaisquer preocupações com um profissional de saúde.