Estudo aponta riscos de anti-inflamatórios para pessoas com diabetes

O uso desses medicamentos foi associado a um risco elevado de hospitalização por insuficiência cardíaca pela primeira vez

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, associa o uso a curto prazo de anti-inflamatórios não esteroides (AINES) por pessoas com diabetes tipo 2 a um aumento no risco de hospitalização por insuficiência cardíaca.

De acordo com os pesquisadores, esse risco envolve pessoas acima dos 65 anos ou com a diabetes mal controlada.

Os anti-inflamatórios incluem analgésicos comuns como ibuprofeno, celecoxib, naproxeno e diclofenaco.

Estudo aponta riscos de anti-inflamatórios para pessoas com diabetes
Créditos: Oleksandra Troian/istock
Estudo aponta riscos de anti-inflamatórios para pessoas com diabetes

Como foi feito o estudo?

Os pesquisadores usaram registros dinamarqueses para identificar pacientes diagnosticados com diabetes tipo 2 durante 1998 a 2021. Foram excluídos pacientes com insuficiência cardíaca ou uma condição reumatológica que exigisse o uso dos anti-inflamatórios a longo prazo.

O estudo incluiu 331.189 pacientes com diabetes tipo 2. A média de idade foi de 62 anos e 44% eram mulheres.

Os dados foram relacionados então com informações sobre prescrição dos anti-inflamatórios. O acompanhamento foi feito por aproximadamente seis anos.  Nesse período, mais de 23 mil foram hospitalizados pela primeira vez por insuficiência cardíaca.

Ao comparar as informações referentes às internações com o uso dos anti-inflamatórios não esteroides, foi observado uma probabilidade 43% maior de desenvolver o problema após o uso dos medicamentos.

Avaliados de forma individual, o diclofenaco elevou em 48% esse risco, enquanto o ibuprofeno, em 46%. Os demais fármacos não foram utilizados de forma suficiente para apresentar uma relação.

“Este foi um estudo observacional e não podemos concluir que os AINEs causam insuficiência cardíaca em pacientes com diabetes tipo 2. No entanto, os resultados sugerem que um risco potencial aumentado de insuficiência cardíaca deve ser levado em consideração ao considerar o uso desses medicamentos”, disse o autor do estudo, Dr. Anders Holt, do Hospital Universitário de Copenhague, Dinamarca.