Seu nariz pode dar pista precoce de demência

De acordo com pesquisadores, alteração no olfato pode ser sinal precoce importante de comprometimento cognitivo

Os sinais de alerta de demência nem sempre têm ligação com a memória. De acordo com pesquisadores, o nariz também pode fornecer pistas importantes.

Embora a perda do olfato seja mais conhecida como um dos sinais reveladores da covid, também pode ser um sinal de alerta precoce de demência e doença de Alzheimer. A conclusão é de uma pesquisa do National Institute of Aging, dos EUA.

Pesquisa sugere que seu nariz pode dar pistas sobre demência
Créditos: Liliia Bila/istock
Pesquisa sugere que seu nariz pode dar pistas sobre demência

O declínio no sentido do olfato já havia sido confirmado como um sinal de alerta precoce para a doença de Alzheimer em estudos anteriores.

No entanto, sua conexão com o aumento de biomarcadores de imagens cerebrais que possuem relação com demência ao longo do tempo não havia sido estudada tão de perto.

Detalhes do estudo

O estudo acompanhou 364 participantes durante um período médio de cerca de dois anos e meio.

A equipe descobriu que pontuações mais baixas nos testes olfativos estavam associadas a uma maior chance de desenvolver comprometimento cognitivo leve. Essa alteração estava associada ao Alzheimer e outros tipos de demência.

A pesquisa, de cientistas da NIA, saiu no Journal of Alzheimer’s Disease.

Os participantes eram inicialmente normais cognitivamente. Eles receberam testes cognitivos e de identificação de odores e tomografias PET, um tipo de imagem cerebral que pode detectar depósitos de beta-amiloide e tau associados ao Alzheimer e demências.

Durante o período do estudo, 17 participantes, ou 5% do total, apresentaram comprometimento cognitivo leve, dos quais 11 casos tratavam-se de Alzheimer, três de demência vascular e um de demência frontotemporal.

Dois não tiveram especificação com base nas características clínicas.

Descobertas

A equipe descobriu que cada ponto de menor desempenho no teste de identificação de odores estava associado a uma chance 22% maior de comprometimento cognitivo.

As tomografias cerebrais deste subconjunto de participantes mostraram que pontuações olfativas mais baixas estavam associadas a níveis mais elevados de Alzheimer. Havia indicadores especialmente em regiões associadas ao sentido do olfato.

Além disso, os participantes com maior declínio olfativo ao longo do tempo apresentaram níveis mais elevados de amiloide e tau em regiões relacionadas ao olfato e à memória.

Estes resultados indicam que a perda da função olfativa está intimamente ligada ao nível e à progressão dos danos neuropatológicos observados no Alzheimer.

Os investigadores esperam dar seguimento a este trabalho para analisar mais profundamente se o olfato pode prever outros tipos de alterações neurodegenerativas relacionadas com a demência.