Sim, seu estilo de vida definirá como o seu cérebro envelhecerá
A mensagem é clara: o cérebro envelhece, mas como ele envelhece depende, em grande parte, das escolhas que fazemos ao longo da vida

Um artigo de revisão científica publicado na Genomic Psychiatry, periódico da Genomic Press de Nova York, traz novas luzes sobre os fatores que influenciam o desempenho cognitivo na velhice.
Segundo a publicação, tanto a genética quanto o ambiente – incluindo estilo de vida e experiências ao longo da vida – desempenham papéis importantes na forma como o cérebro envelhece.
A pesquisa baseia-se em dados das Coortes de nascimento de Lothian, na Escócia, um dos maiores estudos longitudinais sobre envelhecimento cognitivo.
- Aos 50 anos, artista é diagnosticado com autismo: ‘eu não precisava ter sofrido tanto’
- Alzheimer pode começar a moldar o cérebro a partir dos 20 anos, descobre estudo
- Descubra os efeitos da meditação diária na estrutura do cérebro
- Sabia que o olho pode revelar sinal de demência? Veja ao que se atentar
O levantamento aponta que certas habilidades mentais, como memória, atenção e raciocínio, já podem ser antecipadas com base em testes de QI aplicados por volta dos 11 anos de idade. Isso sugere que o funcionamento cognitivo na terceira idade não surge do acaso, mas carrega marcas da infância.
No entanto, o futuro do cérebro não está completamente escrito nos genes ou nos testes da juventude. O estilo de vida adulto surge como um protagonista no ritmo do declínio cognitivo. Manter-se ativo – tanto física quanto mentalmente –, adotar uma alimentação equilibrada, evitar fatores de risco como hipertensão e tabagismo, e até mesmo aprender uma nova língua ou tocar instrumentos musicais são hábitos associados a um envelhecimento cerebral mais saudável.
“Descobrimos que esses fatores, embora exerçam efeitos modestos de forma isolada, mostram associações consistentes com a saúde cognitiva na velhice”, explica Simon Cox, autor do estudo e diretor dos projetos do Lothian Birth Cohort na Universidade de Edimburgo.
Envelhecimento cerebral não é sinônimo de perda total
Para Valéria Lins, gerontóloga e cofundadora do centro de saúde Nandarê, especializado em longevidade, é natural que a memória passe por mudanças ao longo da vida. “O cérebro, assim como outros órgãos, envelhece. A velocidade de processamento diminui, e lembrar nomes ou eventos pode levar mais tempo. No entanto, isso é diferente de quadros mais sérios, como a demência”, ressalta.
Segundo ela, a chave está na plasticidade neural – a capacidade do cérebro de criar novas conexões entre os neurônios. Com o passar dos anos, essa capacidade reduz, mas não desaparece. E é justamente aí que os hábitos saudáveis fazem a diferença.
“Estimular o cérebro com novas atividades, manter-se socialmente engajado, praticar exercícios e controlar fatores de risco contribui para preservar ou até melhorar as funções cognitivas com o tempo”, explica Valéria.
A mensagem é clara: o cérebro envelhece, mas como ele envelhece depende, em grande parte, das escolhas que fazemos ao longo da vida. A ciência está cada vez mais certa de que é possível, sim, envelhecer com saúde mental – e que nunca é tarde para começar a cuidar da mente.
Outras dicas de Saúde na Catraca Livre
A ansiedade é como uma tempestade interna que pode trazer consigo tensão, palpitações, suor frio e boca seca. Mas não se preocupe. Diagnosticada em cerca de 9,3% da população, Brasil é o pais com maior número de casos de ansiedade no mundo.
Existem técnicas incríveis, no entanto, que ajudam a acalmar a mente e o corpo, aliviando sintomas agudos ou, melhor ainda, prevenindo que eles apareçam. Por isso, confira: 4 métodos criativos para transformar ansiedade em serenidade.