Sobra desta bebida ajuda a prevenir Parkinson e Alzheimer; você costuma usar?

Pesquisadores encontraram propriedades neuroprotetoras nos resíduos de uma bebida, que podem mudar o combate a Alzheimer e Parkinson

Composto da borra de café pode proteger de Alzheimer e Parkinson, sugere estudo
Créditos: istock
Composto da borra de café pode proteger de Alzheimer e Parkinson, sugere estudo

De acordo com uma pesquisa, um composto da borra de café pode proteger as células cerebrais contra danos causados por doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer. Pois é… a borra de café, um resíduo diariamente descartado em todo o mundo.

O estudo, realizado pela Universidade do Texas, em El Paso (EUA), está publicado na revista Environmental Research.

Relação da borra de café com Parkinson e Alzheimer

Segundo o estudo, a alta concentração de pontos quânticos de carbono à base de ácido cafeico (CACQDs) presentes nas borras de café podem eliminar os radicais livres, um elemento-chave para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas e câncer.

Porém, isto apenas ocorre se a condição acabar desencadeada por fatores do estilo de vida ou ambientais, como obesidade, idade, ou exposição a pesticidas e outros produtos químicos ambientais tóxicos.

No Brasil, país que é o maior produtor e o segundo maior consumidor de café do mundo, a descoberta dos cientistas sugere mais uma alternativa para o reaproveitamento da borra do café.

No entanto, os benefícios não são adquiridos somente pela ingestão da bebida. Para extrair o ácido cafeico, os pesquisadores aqueceram as amostras a 200°C durante quatro horas, um processo considerado econômico e sustentável.

Os pontos quânticos de carbono (CACQDs)podem vir da borra de café
Créditos: iStock/Oat_Phawat
Os pontos quânticos de carbono (CACQDs)podem vir da borra de café

Uma perspectiva para tratamentos mais acessíveis

A equipe da Universidade do Texas acredita que a descoberta pode ser um passo importante para o desenvolvimento de tratamentos mais acessíveis para doenças neurodegenerativas e alguns tipos de câncer.

“Nenhum dos tratamentos atuais resolve as doenças, eles apenas ajudam a controlar os sintomas. Nosso objetivo é encontrar uma cura abordando as bases atômicas e moleculares que impulsionam essas condições”, diz Jyotish Kumar, líder do estudo e doutorando em Química e Bioquímica.

O próximo passo da pesquisa é desenvolver tratamentos baseados em CACQDs com o objetivo de prevenir e tratar doenças neurodegenerativas.

Atualmente, segundo o Ministério da Saúde, o Alzheimer afeta mais de 1,7 milhão de pessoas no Brasil.

A prevenção é o caminho

Os pesquisadores acreditam que o tratamento baseado em CACDQs poderia ser eficaz na fase inicial de uma doença neurodegenerativa.

“Quaisquer tratamentos atuais que possam tratar sintomas avançados de doenças neurodegenerativas estão simplesmente além das possibilidades da maioria das pessoas. Nosso objetivo é encontrar uma solução que possa prevenir a maioria dos casos dessas condições”, explica o professor Mahesh Narayan, que supervisionou o estudo.

Para avançar nesta pesquisa, os pesquisadores agora buscam financiamento adicional. Caso bem sucedida, a borra de café poderia se tornar um eficaz agente preventivo contra o avanço de insidiosas doenças neurodegenerativas.