Temperatura do banho após treino influencia no ganho de músculos

Estudo feito por cientistas australianos observou que a temperatura da água pode estimular a produção de proteínas que reduzem tamanho dos músculos

26/09/2019 12:02

Quem treina com o objetivo de ganhar massa magra se preocupa com a alimentação no pré e no pós-treino, porém, aparentemente essa não deve ser a única preocupação. Cientistas australianos descobriram que a temperatura do banho logo após a prática de exercícios físicos também pode influenciar no ganho de músculos.

O estudo, publicado no jornal científico da American Physiological Society, observou que água gelada após o treino de força pode reduzir o crescimento muscular e retardar a recuperação do músculo.

Banho gelado após o treino deve ser evitado por quem busca aumentar os músculo
Banho gelado após o treino deve ser evitado por quem busca aumentar os músculo - golfcphoto/istock

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores acompanharam 21 homens que fizeram treinos de força dois dias por semana durante 12 semanas. Os voluntários foram separados em dois grupos: um tomava banho gelado após as atividades e outro andou de bicicleta ergométrica após cada treino.

Verificou-se que, no grupo de banho gelado, a atividade das células que são cruciais para a construção de músculos maiores e mais fortes foi diminuída por até dois dias após o exercício.

Imersão no gelo para recuperação

Muitos atletas profissionais costumam fazer imersão em água gelada como forma de recuperar os músculos e aliviar dores. A técnica é chamada de crioterapia e é um procedimento que tem sido bastante utilizado no período de recuperação pós-exercício, porém, de acordo com o estudo australiano, o recurso pode desencadear reações metabólicas que acabam priorizando a retenção de calor em vez de estimular o crescimento de tecidos.

Crioterapia é usada para recuperação de atletas
Crioterapia é usada para recuperação de atletas - reprodução/Instagram

“Realizamos o estudo porque é comum presumir que os banhos de gelo permitem que os atletas treinem mais nas sessões de treinamento subsequentes, mas ainda não está claro se isso se traduzirá em melhores adaptações a longo prazo para o treinamento de força”, disse o co-autor do estudo Jonathan Peake , da Universidade de Tecnologia de Queensland, em Brisbane, na Austrália.

As novas descobertas estão alinhadas com pesquisas anteriores, publicadas em 2014 no Journal of Strength & Conditioning Research, que também descobriram que a imersão em água fria reduz os ganhos na força muscular.