Tempo ideal entre gestações pode ser mais curto do que se pensava

Descoberta serve como alento a mulheres que decidem ter filhos mais velhas

Um ano é o intervalo mínimo ideal entre gestações, diz estudo
Créditos: fizkes/istock
Um ano é o intervalo mínimo ideal entre gestações, diz estudo

Um estudo canadense aponta que o intervalo mínimo entre uma gravidez e outra, a fim de se evitar problemas de saúde tanto para a mãe quanto para o bebê, pode ser de 1 ano. A descoberta contraria as orientações anteriores da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda que as mulheres espacem esse intervalo em dois anos.

O estudo é fruto de uma parceria entre a Universidade da Colúmbia Britânica (UBC) com a Escola de Saúde Pública TH Chan de Harvard e foi publicado na revista científica Jama Internacional Medicine.

Segundo a principal autora do estudo, Laura Schummers, essa é uma notícia encorajadora para mulheres que querem ser mães após os 35 anos. “As descobertas para mulheres mais velhas são particularmente importantes, já que elas tendem a espaçar mais a gravidez e, muitas vezes, o fazem intencionalmente”, explicou.

O estudo incluiu mais de 123  mil mulheres e mais de 148 mil gestações e analisou como os riscos à saúde foram aplicados a mulheres grávidas de diferentes idades. As participantes foram selecionados por meio de bancos de dados de saúde populacional no Canadá, que incluíram todas as mulheres com pelo menos duas gestações consecutivas em um período de 10 anos.

Não respeitar o intervalo de um ano entre uma gestação e outra representa riscos
Créditos: mustafagull/istock
Não respeitar o intervalo de um ano entre uma gestação e outra representa riscos

Para os maiores de 35 anos, o risco de mortalidade materna e morbidade grave foi de 0,62% quando apenas seis meses se passaram entre o nascimento de um filho e a concepção do próximo e 0,26% quando o período foi de 18 meses. Para as mães entre 20 e 34 anos, houve um risco esperado de 0,23% aos seis meses e 0,25% aos 18 meses.

No entanto, em comparação com as mulheres mais velhas, as mães mais jovens tiveram um risco aumentado de parto prematuro espontâneo com intervalos de gravidez mais curtos (5,3% aos 6 meses e 3,2% aos 18 meses) e riscos fetais e infantis mais altos ( 2,0% aos seis meses, comparado com 1,4% aos 18 meses).

Em última instância, de acordo com Mandy Forrester, do Colégio Real de Parteiras, do Reino Unido, o intervalo entre as gestações é um direito de escolha da mulher. “O importante é que elas estejam cientes das evidências sobre o espaçamento entre os nascimentos e que eles escolham com as informações certas. Os profissionais de saúde sempre apoiarão uma mulher em sua escolha, que será sobre o que é certo para ela e sua gravidez”, afirmou ao The Guardian.