Transtorno Explosivo Intermitente: entenda o que é e como esse distúrbio mental se manifesta
Também popularizado como Síndrome do Incrível Hulk, este transtorno é caracterizado por episódios abruptos de perda de controle
O Transtorno Explosivo Intermitente (TEI) é uma doença mental complexa caracterizada por episódios repentinos de raiva injustificada. Estas explosões podem manifestar-se com gritos, ataques verbais, ou agressões físicas, muitas vezes desproporcionais à situação atual.
Essa condição pode afetar tanto adultos quanto crianças.
“A agressão no TEI não é premeditada e não tem nenhum objetivo claro. É comum a criança ser dócil e amorosa, mas por qualquer aborrecimento, por menor que seja, ter explosões absurdas”, explica a neuropsiquiatra Dra. Gesika Amorim.
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Geralmente, as pessoas com TEI podem sentir uma sensação de alívio após um episódio explosivo, mas muitas vezes sentem culpa ou remorso mais tarde.
“Isto [sentimento de culpa após os eventos] é o que difere este transtorno do Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), do Transtorno da Conduta (TC) e do Transtorno Antissocial (TPAS)“, afirma a médica.
Sinais e sintomas de transtorno explosivo intermitente
Explosões agressivas recorrentes
Pessoas com TEI experimentam explosões frequentes, que podem ser verbais, como gritos ou ameaças, ou físicas, como bater ou quebrar objetos. Esses episódios geralmente são curtos, durando menos de 30 minutos.
Reação exagerada a pequenas provocações
Uma característica típica da condição é a reação desproporcional a pequenas provocações ou estressores cotidianos. Isso pode incluir agressões no trânsito, violência doméstica ou conflitos no trabalho, onde a reação vai muito além do evento desencadeante.
Sintomas físicos
Durante um episódio, podem ocorrer sintomas físicos como coração acelerado, aperto no peito, sudorese e sensação de perda de controle. Esses sintomas geralmente precedem o surto agressivo.
Estresse mental
Após uma explosão de raiva, as pessoas afetadas muitas vezes sentem uma sensação de alívio, seguida de arrependimento, culpa ou constrangimento. Essa montanha-russa emocional pode levar a relacionamentos tensos e ao isolamento social.
Causas do transtorno explosivo intermitente
- Fatores biológicos
A ciência sugere que o TEI pode ter um componente genético, com prevalência ocorrendo em indivíduos com histórico familiar de transtornos mentais. Desequilíbrios nos neurotransmissores, especialmente na serotonina, também têm sido associados ao desenvolvimento da condição.
- Fatores ambientais
Experiências de violência na infância, como abuso físico ou testemunho de violência doméstica, podem aumentar o risco de desenvolver o transtorno. Lesões cerebrais traumáticas e outras doenças neurológicas também podem contribuir para o aparecimento do distúrbio.
- Fatores psicológicos
Indivíduos com outros transtornos de saúde mental, como ansiedade, depressão ou abuso de substâncias, correm maior risco de desenvolver TEI. A interação dessas doenças pode piorar os sintomas e dificultar o tratamento.
Como é o tratamento para Transtorno Explosivo Intermitente?
O tratamento é medicamentoso, feito com estabilizadores de humor ou neurolépticos, sempre associados à terapia.
A terapia cognitivo-comportamental é a mais indicada nesse caso. Ela ajuda as pessoas afetadas a identificar e mudar padrões de pensamento e comportamentos negativos que levam a explosões agressivas.
Técnicas como controle do estresse, treinamento de relaxamento e controle da raiva são partes integrantes da terapia cognitivo-comportamental.