Tratamento certo livra 80% dos pacientes das lesões de psoríase
Médico explica que, independentemente da gravidade da doença, é possível controlar o quadro de forma satisfatória
A campanha “Pele Sem Psoríase” tem como objetivo alertar a população e, especialmente os pacientes, de que é possível viver com uma pele sem lesões, mesmo nas formas mais graves da doença, por meio de tratamentos eficazes.
A psoríase é uma doença crônica e não transmissível que causa lesões de pele em forma de placas avermelhadas e descamativas, especialmente no tronco, braços, pernas e couro cabeludo. Porém, as consequências da doença vão além das lesões cutâneas, pois ela impacta profundamente a qualidade de vida dos pacientes, prejudicando relacionamentos, empregabilidade, vida social e lazer, podendo também acometer as articulações e as unhas dos pacientes.
O Brasil possui cerca de três milhões de pessoas diagnosticadas, das quais 28% diz ter medo de perder o emprego e 33% foram alvo de “brincadeiras ou piadas” no ambiente profissional.
Para o médico dermatologista Ricardo Romiti, o maior impacto causado pela doença se dá por falta de informação. “É comum pacientes diagnosticados com psoríase moderada a grave acreditar que não possam levar uma vida normal devido à aparência das lesões na pele; mas isso é um mito, pois é possível sim controlar a doença de forma satisfatória com tratamentos adequados para cada caso”, afirma Romiti.
Dados da pesquisa CLEAR, a maior já realizada no mundo para entender como vivem pacientes com psoríase moderada a grave, mostram que em uma escala global, cerca de 85% dos pacientes já foram humilhados ou discriminados por conta da doença. Já no Brasil, essa média é ainda maior, com 96% dos pacientes relatando ter sofrido algum tipo de preconceito pela aparência da pele.
Enquanto muitas pessoas se escondem por conta da doença, a socialite americana Kim Kardashian, diagnosticada em 2011, já expôs diversas vezes sua batalha contra a psoríase. Recentemente, ela publicou em suas redes sociais uma foto de como as lesões se manifestam em seu rosto de manhã e disse que está cada vez mais difícil escondê-las.
Inúmeros fãs da socialite, que também foram diagnosticados, se manifestaram sobre o quanto eles sofrem diariamente com a aparência deixada pela psoríase em diferentes partes do corpo.
Ricardo Romiti explica que, independentemente da gravidade da psoríase, é possível controlar o quadro de forma satisfatória. “Um estudo mostrou que, com um tratamento imunobiológico (obtido através de técnicas de biotecnologia), 8 em cada 10 pacientes com psoríase moderada a grave atingem a pele completamente ou quase completamente sem lesões em até quatro meses. Destes, 44% já alcançaram a pele completamente livre das placas de psoríase no mesmo período”, afirma.
Além dos tratamentos imunobiológicos, que são injetáveis, existem outros terapias capazes de controlar a doença. Porém, é sempre importante que o paciente verifique com o médico qual a opção mais adequada ao seu caso.
A campanha “Pele Sem Psoríase” contará com diversas ações durante o ano, incluindo um website educativo sobre a doença, veiculações de vídeos temáticos, parcerias com influenciadores digitais, ações com associação de pacientes, com classe médica e, especialmente, com a população em geral, visando desmistificar alguns preconceitos que existem devido à falta de informação e reforçar que a doença tem controle.