Trombofilia adquirida: entenda o diagnóstico de Mariana Rios

A descoberta da doença veio quando a atriz estava no processo de tentativa de engravidar

Por Silvia Melo em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
08/04/2025 08:31 / Atualizado em 25/04/2025 09:57

A atriz e cantora Mariana Rios compartilhou em suas redes sociais recentemente que foi diagnosticada com trombofilia adquirida durante sua jornada para engravidar. A doença, que pode surgir ao longo da vida, mesmo na ausência de predisposição genética, aumenta o risco de formação de coágulos sanguíneos, podendo afetar a fertilidade e a saúde gestacional.

A condição aumenta o risco de abortos espontâneos, pré-eclâmpsia e restrição de crescimento fetal. Mulheres com histórico de perdas gestacionais repetidas ou complicações obstétricas devem ser avaliadas para possíveis trombofilias.

O que é trombofilia adquirida?

Trombofilia é uma predisposição para formar coágulos sanguíneos de forma anormal, elevando o risco de trombose venosa profunda, embolia pulmonar e outras complicações vasculares. Quando essa tendência é desenvolvida ao longo da vida, sem origem genética, é denominada trombofilia adquirida.

Causas da trombofilia adquirida

  • Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide (SAF): doença autoimune em que o sistema imunológico ataca proteínas normais do sangue, aumentando a coagulação. ​
  • Câncer: alguns tipos de câncer podem aumentar a produção de substâncias pró-coagulantes.​
  • Uso de terapias hormonais: pílulas anticoncepcionais ou terapias de reposição hormonal podem elevar o risco de coagulação.​
  • Gravidez: o estado gestacional naturalmente aumenta a coagulação sanguínea.​
  • Cirurgias e traumas: procedimentos cirúrgicos e lesões extensas podem desencadear processos de coagulação.
Mariana Rio revelou diagnóstico de trombofilia adquirida
Mariana Rio revelou diagnóstico de trombofilia adquirida - reprodução/instagram/Marianarios

Como prevenir trombose venosa?  

  • Evitar sobrepeso
  • Praticar atividade física regularmente
  • Ter cuidado com o uso de hormônios
  • Usar meias elásticas em viagens longas
  • Tomar anticoagulantes após cirurgias e internações, quando indicado

Sintomas e diagnóstico

Muitas pessoas com trombofilia não apresentam sintomas até que ocorra um evento trombótico. Os sinais podem incluir inchaço, dor e vermelhidão nos membros afetados. O diagnóstico é realizado por meio de exames de sangue específicos que avaliam a função de coagulação e identificam possíveis anticorpos ou deficiências de proteínas anticoagulantes.

Tratamento para trombofilia adquirida

A trombofilia adquirida não tem cura definitiva, mas pode ser controlada com tratamento adequado. O objetivo principal é prevenir a formação de novos coágulos sanguíneos, que podem causar complicações graves, como trombose venosa profunda ou embolia pulmonar.

O tratamento geralmente envolve o uso de medicamentos anticoagulantes, como a heparina ou a varfarina, que ajudam a reduzir a capacidade de coagulação do sangue. Em alguns casos, especialmente em pacientes com histórico de eventos trombóticos ou em situações de maior risco — como cirurgias, longas viagens ou gravidez — o médico pode recomendar o uso preventivo desses medicamentos por tempo determinado ou até de forma contínua.

Além dos anticoagulantes, o acompanhamento médico regular é essencial para monitorar a resposta ao tratamento e ajustar a dosagem conforme necessário.

Mudanças no estilo de vida também desempenham um papel importante na prevenção: manter uma alimentação saudável, evitar o sedentarismo, não fumar e manter o peso adequado são medidas que ajudam a reduzir o risco de trombose.

No caso de mulheres que desejam engravidar ou já estão grávidas, o controle da trombofilia adquirida exige atenção especial, com uso de medicamentos seguros durante a gestação e acompanhamento multidisciplinar. Mesmo sem cura, é possível conviver com a trombofilia de forma saudável com os cuidados adequados.