Vaporização vaginal: o que é e o que a Ciência diz a respeito
O banho de vapor com ervas é uma prática secular, mas contestada por alguns médicos
O banho de vapor com ervas medicinais é utilizado pelas mulheres desde a antiguidade para o tratamento de inflamações vaginais, eliminação de fungos, reequilíbrio hormonal, prevenção hemorroidas e outras condições. Porém, a eficácia da vaporização vaginal tem sido questionada pela Ciência, especialmente, depois da atriz norte-americana Gwyneth Paltrow dizer ser adepta.
A vaporização é uma espécie de sauna íntima, em que o objetivo é deixar que vagina entre em contato com o vapor de algum chá quente com o poder curativo. Ervas como alfazema, camomila, valeriana e alecrim são muito utilizadas para este fim. A infusão geralmente é disposta em uma bacia e a mulher deve ficar agachada, sem roupas, em cima do recipiente para que o vapor seja absorvido pela vagina.
Geralmente, a prática é realizada no banho, mas na Inglaterra e nos Estados Unidos já existem spas e clínicas de estéticas que fazem o procedimento. No Reino Unido, a sessão de vaporização vaginal em spas é oferecida por cerca de 35 libras (185 reais), já nos Estados Unidos, a faixa de preço gira em torno dos 50 dólares (200 reais).
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Confira abaixo, as cadeiras utilizadas na realização dessa técnica:
Alguns médicos, no entanto, afirmam que não há nenhuma evidência científica de que esse tratamento tenha algum benefício para a saúde feminina. À BBC, a médica Virginia Beckett, do Royal College de Obstetras e Ginecologistas, disse a vagina e o útero se mantém limpos sozinhos e dispensam esse tipo de técnica.
Os médicos também alertam para os riscos de expor a vagina ao vapor muito quente pode aumentar a temperatura normal da região que é de 37ºC. A consequência disso seria o aumento da proliferação de bactérias e fungos, como os causadores da candidíase.
O que, afinal, os médicos recomendam que as mulheres façam para manter a saúde íntima?
As partes da vagina que precisam ser limpas são as que ficam do lado de fora (vulva e lábios). A higienização deve ser feita preferencialmente com água, no máximo com sabão neutro. As partes internas, como a vagina (parte que liga o útero com o exterior), não necessitam de limpeza. “A vagina e o útero se mantém limpos sozinhos”, disse à BBC Suzy Elneil, especialista de uroginecologia do University College, no Reino Unido.
Segundo ela, corrimento nem sempre é sinal de problemas. “Há um mito de que corrimento abundante, claro ou branco, esteja associado a infecções sexualmente transmissíveis, mas mudanças na quantidade de corrimento podem ser hormonais – ligadas ao ciclo menstrual, por exemplo”.
Conversamos com a ginecologista Diana Tatsuko que indicou todos os hábitos de higiene que devem ser evitados no cuidado da saúde íntima. Leia aqui.