Viver perto de aeroportos pode prejudicar sua saúde do coração, diz estudo de universidade inglesa
À medida que as cidades crescem e os aeroportos se expandem, o ruído aéreo se torna uma companhia constante para milhões de pessoas
Um novo estudo da renomada University College London acende um farol sobre um tema pouco discutido, mas que ecoa – literalmente – nos arredores dos grandes aeroportos. De acordo com os pesquisadores, a exposição contínua ao barulho das aeronaves não apenas irrita os ouvidos, mas pode abalar, de forma profunda, a saúde do coração.
Publicada no prestigiado Journal of the American College of Cardiology, a pesquisa mostra uma ligação direta entre o ruído dos aviões e alterações na musculatura cardíaca. Corações de moradores expostos ao som constante das turbinas mostraram-se mais rígidos e menos eficientes no bombeamento de sangue — um sinal de alerta vermelho para doenças como infarto e AVC.
🛫 Quando o céu não descansa, seu corpo também não
O estudo envolveu mais de 3.600 pessoas que vivem nas redondezas de quatro grandes aeroportos britânicos. Seus dados foram comparados aos de moradores de regiões mais silenciosas. O barulho noturno foi o grande vilão: ao interromper o sono e prolongar a exposição em horários críticos, ele contribui ainda mais para os riscos cardiovasculares.
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Não é a primeira vez que a ciência aponta essa turbulência invisível. Pesquisas anteriores já conectaram o ruído aéreo a pressões arteriais elevadas e ao aumento da obesidade. Mas desta vez, a análise estrutural do coração mostra que o impacto é ainda mais profundo — e possivelmente duradouro.
🔬 O que o estudo revela
Entre os participantes que já apresentavam alguma alteração cardíaca, os riscos dispararam: a probabilidade de sofrer um ataque cardíaco, derrame ou arritmia foi de duas a quatro vezes maior. Para os que convivem com o som constante das aeronaves, os perigos aumentam ainda mais.
“Nossos achados são observacionais, ou seja, não podemos bater o martelo e dizer que o ruído causou diretamente as mudanças cardíacas”, explicou a cardiologista Gaby Captur, autora do estudo. “Mas o acúmulo de evidências vai na mesma direção: o ruído dos aviões é mais do que um incômodo — é uma ameaça real à saúde.”
🚫 Como se proteger do barulho que adoece
Se mudar para uma zona rural não está nos planos, há medidas práticas que podem ajudar a proteger a saúde do coração:
Protetores auriculares à noite: aliados simples para garantir um sono mais profundo e menos interrompido.
Investimento em isolamento acústico: janelas anti-ruído e portas vedadas são mais que conforto — são uma questão de saúde pública.
Reduzir o tempo de exposição: passar mais tempo em ambientes silenciosos, especialmente à noite, pode amenizar os danos.
🌍 Um problema urbano, um desafio global
À medida que as cidades crescem e os aeroportos se expandem, o ruído aéreo se torna uma companhia constante para milhões de pessoas. A pergunta que fica no ar é: quantas delas estão cientes de que o som que corta os céus também pode partir corações?
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