Você sofre de Burnout? Entenda a síndrome em 7 características

Nos dados de incidência da síndrome, os brasileiros superam chineses e americanos, ficando atrás apenas dos japoneses

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A Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, é caracterizada por sintomas de exaustão extrema e estresse. Geralmente, ocorre quando o trabalho é altamente competitivo e exige um excesso de demandas.

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu a síndrome na Classificação Internacional de Doenças e definiu que ela não deve ser usada para descrever experiências em outros aspectos da vida além do profissional.

Apesar da falta de números oficiais no Brasil devido à ausência de notificação compulsória, uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association (Isma-BR), em 2018, revelou que 32% dos trabalhadores no país sofrem desse problema.

Em uma comparação entre oito países, os brasileiros superam chineses e americanos, ficando atrás apenas dos japoneses, com 70% da população afetada.

Agora é hora de entender melhor essa questão séria! Confira 7 informações essenciais que ajudarão você a reconhecer e lidar com o problema.

1. Burnout envolve três sentimentos

Especialistas afirmam que o esgotamento profissional é composto por três sentimentos: esgotamento, cinismo e queda no desempenho.

Isso significa que o cansaço crônico causado por demandas excessivas de trabalho, acompanhado por uma atitude distante e desinteressada em relação ao trabalho, resultando em uma menor eficiência profissional.

2. Irritação e pessimismo são alguns dos sinais de alerta

Segundo o médico psiquiatra Cyro Masci, esses sentimentos são uma resposta automática do cérebro para reduzir o volume de desafios. Essa reação resulta em um estado de humor irritadiço, com baixa tolerância, como uma forma inconsciente de se afastar das pessoas e situações que estão causando ou agravando a sobrecarga.

Além disso, existem outros sinais de esgotamento, como cansaço e exaustão emocional, perda de foco e concentração, e alterações nos padrões de sono.

3. As mulheres são mais suscetíveis ao Burnout

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Montreal, no Canadá, concluiu que as mulheres parecem ser mais suscetíveis ao esgotamento.

A explicação provável é que elas enfrentam condições de trabalho distintas em comparação aos homens, mesmo ocupando cargos que demandam tomada de decisão. Essas condições limitam suas oportunidades de agir de forma efetiva, empregando suas habilidades e talentos, o que pode levar à frustração.

A maior incidência de Burnout ocorre nas mulheres
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A maior incidência de Burnout ocorre nas mulheres

4. Alguns profissionais também tendem a sofrer mais com a síndrome

Profissionais como enfermeiras, médicos, funcionários de organizações sem fins lucrativos, professores, diretores e executivos engajados em missões enfrentam um maior risco de esgotamento, segundo a Harvard Business Review.

O estudo aponta que isso ocorre devido à percepção de que, ao trabalharem com o que amam ou consideram uma missão, sentem que não estão realmente trabalhando, o que alimenta a crença de que deveriam fazer mais constantemente. Porém, essa mentalidade acaba contribuindo para o esgotamento, que pode ter um impacto profundo na vida desses profissionais.

5. Sem tratamento, os efeitos a longo prazo são graves

As consequências do esgotamento, embora não estejam limitadas apenas a essas, incluem processos depressivos e ansiosos, aumento do estresse a níveis insustentáveis, vícios e abuso de substâncias, insônia e distúrbios alimentares.

Além disso, podem ocorrer alterações fisiológicas como fadiga contínua, doenças gastrointestinais, cardiovasculares e ataques cardíacos, elevação do colesterol, diabetes, úlceras, dores e problemas no ciclo menstrual das mulheres.

6. A incidência é maior em pessoas fechadas

Um estudo publicado no site Frontiers in Physiology revelou que pessoas introvertidas são mais propensas a sofrer com o esgotamento.

Enquanto isso, os extrovertidos apresentam maior estabilidade emocional e, consequentemente, têm menos probabilidade de desenvolver a doença.

7. Somente relaxar não vai resolver o problema

Ter momentos de conexão consigo mesmo e realizar atividades prazerosas, além de desconectar do trabalho fora do horário expediente, acabam sendo medidas importantes para evitar um desgaste extremo.

No entanto, apenas relaxar após o trabalho não é suficiente para prevenir completamente o esgotamento ou eliminá-lo caso já esteja presente. Embora os métodos de relaxamento possam ser úteis, é fundamental identificar e tratar a causa raiz do problema. Nesses casos, a assistência médica é essencial.