Cheias de tramas, obras incríveis de Chiharu Shiota invadem CCBB RJ

Exposição dessa conceituada artista japonesa também pode ser conferida pela plataforma online Google Arts & Culture!

Até 19 de abril de 2021

Segunda - Quarta - Quinta - Sexta - Sábado - Domingo

Das 9h às 18h. É necessário agendar antecipadamente a sua visita pela internet!

O impressionante trabalho da artista japonesa Chiharu Shiota, conhecida por criar instalações e outras obras cheias de linhas e papel, pode ser conferido pelos cariocas na exposição “Linhas da Vida”, que ocupa o CCBB Rio de Janeiro, entre 13 de janeiro e 19 de abril de 2021. E o melhor: o rolé é 0800!

Se você não mora na Cidade Maravilhosa, não precisa ficar chateade! Também é possível contemplar essa mostra incrível aqui no Google Arts & Culture, a partir de uma versão online em mais de 30 imagens, registradas quando a exposição passou pelo CCBB Brasília.

Olha essa instalação site specific apresentada quando a mostra de Chiharu Shiota esteve no CCBB São Paulo!
Créditos: Ding Musa - divulgação
Olha essa instalação site specific apresentada quando a mostra de Chiharu Shiota esteve no CCBB São Paulo!

Com curadoria de Tereza de Arruda, essa mostra retrospectiva reúne 70 obras produzidas ao longo de toda a trajetória da artista japonesa. Algumas delas são site specific, aqueles trabalhos que se adaptam – ou são feitos especificamente para – o local da exposição. Irado, não?

Moradora da cidade de Berlim, na Alemanha, há 23 anos, Chiharu Shiota iniciou sua carreira em 1994, quando ainda preferia a pintura como suporte principal. Mas, logo o espaço bidimensional da tela tornou-se insuficiente para a artista e ela começou a explorar outros formatos em múltiplas dimensões. A ideia da mostra é justamente revelar a evolução desse trabalho.

Dividida em cinco núcleos, a exposição conta com obras que te convidam a pensar sobre a vida, seu propósito, as conexões entre os seres e a memória.

Em “Linha Interna” (2019), três grandes vestidos vermelhos e cerca de 10 mil fios pendurados verticalmente totalizam mais de 34 quilômetros de material!
Créditos: Ding Musa - divulgação
Em “Linha Interna” (2019), três grandes vestidos vermelhos e cerca de 10 mil fios pendurados verticalmente totalizam mais de 34 quilômetros de material!

Inspirada na diversidade do povo brasileiro, a obra “Além da Memória” (2019) é uma espécie de teia suspensa com 13 metros de altura que dialoga com a arquitetura do CCBB. Quatro mil folhas de papel em branco e lã compõem essa trama, que propõe uma reflexão sobre nossas histórias e memórias.

O destino é uma questão recorrente no processo de criação da artista. Ela tece as linhas de sua vida e convida o público a fazer o mesmo. Essa é a ideia presente em “Linha Vermelha” (2018), obra que lança luz à produção manual de Chiharu, uma de suas principais características.

A mostra ainda tem essas belas esculturas feitas com tramas de linhas!
Créditos: Ding Musa - divulgação
A mostra ainda tem essas belas esculturas feitas com tramas de linhas!

Em outro momento, dois barcos escuros surgem em meio a emaranhados de cordas vermelhas como alusão aos caminhos da vida. Trata-se de “Dois barcos, um destino” (2019), uma metáfora da artista sobre as formas de avançar, viajar, sem necessariamente saber qual é o ponto final, tal qual o percurso da vida.

Chiharu divaga sobre a ideia de uma conexão universal de todos os seres e transforma sua história em uma linguagem artística de caráter singular, sublime e tomada de elementos triviais. É disto que nasce o conjunto de esculturas e edições organizados em “Conectada com o universo” (2016 – 2019).

A inspiração de Chiharu Shiota muitas vezes brota de uma emoção ou experiência pessoal, que ela então expande para questões humanas universais, como a vida, a morte e as relações entre os indivíduos
Créditos: Masanobu Nishino Chiharu Shiota
A inspiração de Chiharu Shiota muitas vezes brota de uma emoção ou experiência pessoal, que ela então expande para questões humanas universais, como a vida, a morte e as relações entre os indivíduos

As gravuras expostas por lá têm como ponto de partida um ser conectado ao universo por um fio, espécie de cordão umbilical simbolizando o início da vida antes mesmo do nascimento.

A presença do hermetismo não é ao acaso. Em dado instante de sua trajetória, Chiharu Shiota tomou uma decisão existencial e parou de pintar, porque não sentia que sua vida e sua criação artística estavam conectadas, entrelaçadas. Sonhou que se via dentro de uma pintura e foi assim que concebeu a icônica performance “Se transformando em pintura” (1994), cujo registro é exibido na exposição.

Conhecida principalmente por seus trabalhos site specific em grande escala, frequentemente compostos por emaranhados de linhas, Shiota é autora de uma obra multidisciplinar, desdobrada em suportes diversos: são instalações, performances, fotografias e pinturas
Créditos: Ding Musa - divulgação
Conhecida principalmente por seus trabalhos site specific em grande escala, frequentemente compostos por emaranhados de linhas, Shiota é autora de uma obra multidisciplinar, desdobrada em suportes diversos: são instalações, performances, fotografias e pinturas

A tinta usada por Shiota nessa performance era tóxica e a artista sentiu imediatamente sua pele queimar. Passados cerca de 20 anos, a artista voltou a utilizar a tela, porém não como um suporte pictórico convencional, mas, sim, como suporte de sua assinatura pessoal, sobre a qual aplica a trama de lã originariamente utilizada em suas instalações.

A artista ainda exibe “A chave na mão” (2015), instalação que esteve na 56ª Bienal de Veneza, na qual Chiharu representou seu país no pavilhão do Japão. A obra é composta por dois barcos que lembram, segundo a artista, duas mãos receptoras prestes a agarrar ou deixar de lado uma oportunidade, postos em um emaranhado de 180 mil chaves.

Barcos na obra de Chiharu Shiota representam as formas de avançar ou viajar, sem necessariamente saber qual é o ponto final
Créditos: Sunhi Mang/divulgação
Barcos na obra de Chiharu Shiota representam as formas de avançar ou viajar, sem necessariamente saber qual é o ponto final

Incrível, né? Para conferir a mostra de Chiharu Shiota, basta dar um pulinho no CCBB RJ de quarta a segunda-feira, das 9h às 18h. Fique ligade, pois é preciso agendar o horário de sua visita aqui!

Visita segura

Assim como todos os museus e centros culturais que reabriam na quarentena, o CCBB RJ segue protocolos de segurança sanitária que devem ser respeitados por todos os visitantes. O uso de máscara de proteção é obrigatório para todes, e, antes de entrar no espaço, você terá a temperatura medida. Respeite a distância de 1,5 metro entre as pessoas indicada pela sinalização no chão.

Além disso, o centro cultural colocou tapetes sanitizantes e secantes logo na entrada e disponibiliza álcool em gel 70% em todos os andares do edifício. E os serviços de limpeza e higienização foram intensificados.


#DicaCatraca: sempre lembre de usar a máscara de proteção, andar com álcool em gel e sair de casa somente se necessário! Caso pertença ao grupo de risco ou conviva com alguém que precise de maiores cuidados, evite passeios presenciais. A situação é séria! Vamos nos cuidar para sair desta pandemia o mais rápido possível. Combinado? ❤


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