Campanhas contra coronavírus engajam 2 milhões de assinaturas
Criado pela Change.org, movimento para dar mais visibilidade às lutas de enfrentamento à pandemia reúne quase 150 campanhas
Como fazer para cobrar dos governos, empresas e instituições medidas de suporte e ações de enfrentamento ao coronavírus sem poder sair às ruas para se mobilizar? Uma alternativa que tem sido adotada como recurso por cidadãos de diversos países, isolados pela pandemia, é a criação de campanhas pela internet. Nesta semana, a plataforma Change.org lançou um movimento para concentrar as dezenas de petições online que estão sendo abertas todos os dias no site e que já acumulam, juntas, mais de 2 milhões de assinaturas.
Os abaixo-assinados tratam de causas urgentes que setores da sociedade ainda não se deram conta, como a proteção às pessoas de rua e aos profissionais de saúde, até respaldo econômico para que a população mais pobre não sofra tanto durante a crise, como quarentena remunerada para empregadas domésticas e diaristas e suspensão temporária do pagamento de tributos, como contas de água, luz e gás. Veja: https://coronavirus.changebrasil.org/
A diretora-executiva da organização no Brasil, Monica Souza, conta que o movimento dá mais visibilidade às campanhas que estão sendo criadas, alertando a sociedade para algumas emergências que precisam ser notadas. “Basta abrir a página exclusiva do movimento que qualquer autoridade, empresário, governante ou cidadão saberá o que pode fazer para ajudar os brasileiros mais necessitados a atravessar este grave momento de crise”, afirma.
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Com o movimento, a plataforma espera que mais pessoas compartilhem suas causas, conheçam as demandas dos outros e se engajem numa ação coletiva de enfrentamento ao coronavírus. “Apoio mútuo nunca foi tão importante. Esse tempo de pandemia está nos mostrando como fazemos parte de uma coletividade que não combina com egoísmo, e como precisamos uns dos outros para podermos sair inteiros dessa crise”, destaca a diretora.
Sozinha, a maior das campanhas que faz parte do movimento conta com o engajamento de 1,1 milhão de pessoas. Ela pede para que o Congresso Nacional, Governo Federal e Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permitam a utilização dos fundos eleitoral e partidário em medidas de combate à pandemia. O volume gigantesco de assinaturas da petição pressiona para que projetos já apresentados com esta finalidade sejam enfim aprovados.
Até o momento, o segundo maior abaixo-assinado do movimento trata de uma campanha que pede distribuição de álcool gel e abertura de centros de acolhida à população de rua da capital paulista. O abaixo-assinado, lançado pelo Padre Julio Lancelloti, conta com o apoio de 165 mil pessoas. “Nós perguntamos à Prefeitura de São Paulo quais medidas serão tomadas. Recebemos uma nota com o compromisso de que eles vão abrir seis novos equipamentos emergenciais, 24 horas, para acolhimento desse povo”, conta Monica.
Outras duas mobilizações inseridas na página exclusiva sensibilizam o apoio de, pelo menos, uma centena de milhares de pessoas. Uma delas, que é quarta maior do movimento, com 111 mil engajados, pede suspensão do pagamento de contas básicas pelo período que durar o isolamento – no Estado de São Paulo, por exemplo, cobrança de água e tributos vencidos já estão suspensos à população de baixa renda. A medida vai vigorar por 90 dias.
A importância das mobilizações online
A diretora-executiva da Change.org no Brasil explica que as mobilizações online são meios efetivos e legítimos que cada vez mais os cidadãos vêm utilizando para lutar por suas causas na sociedade. “Ao criar uma campanha na internet, eles conseguem reunir de maneira prática e rápida apoio em torno de suas campanhas, além de pressionar por diversos canais as autoridades responsáveis, utilizando para isso o peso da mobilização”, declara.
Monica enfatiza, ainda, que, mais do que nunca, devido à quarentena imposta pela pandemia, esse meio tem sido um caminho eficaz para cidadãos em diversas nações. Alemanha, Índia, Japão e Indonésia também criaram movimentos de luta contra o coronavírus. Da mesma forma que o Brasil, os quatro países lançaram páginas de petições, engajando 1,6 milhão de alemães, 548 mil indianos, 263 mil japoneses e 195 mil indonésios.
“Com as causas sobre coronavírus concentradas numa única página, todos têm acesso fácil às inúmeras campanhas do tema e apoiar com sua assinatura aquelas que desejarem. É importante dizer que, especialmente nesta época sombria, a sua assinatura representa muito mais que um número, ela dá esperança a quem cria a campanha. Apesar do isolamento social, o peticionário percebe que não está sozinho nessa luta e segue em frente!”, finaliza Monica.
Sua luta importa
Para se juntar a essa ação coletiva e fazer parte do movimento de enfrentamento ao coronavírus, basta acessar a página e contribuir com seu apoio em forma de assinatura nas diversas petições. Outra maneira é criar sua própria mobilização. Autoridades, empresas e governos pressionados nos abaixo-assinados também podem enviar respostas à página.