Deputados bolsonaristas invadem hospital em SP e desrespeitam funcionários
Prefeitura diz que parlamentares "gravaram pacientes sem autorização prévia, que estavam sendo higienizados"
Um grupo de deputados bolsonaristas de São Paulo invadiu na tarde de ontem, 4, o Hospital de Campanha do Anhembi, na zona norte da capital. Segundo a prefeitura, a visita não foi comunicada às autoridades de saúde municipais. Houve confusão entre os parlamentares e seguranças da unidade.
De acordo com a prefeitura, os deputados intimidaram e agrediram verbalmente os trabalhadores e pacientes, além de ignorarem as medidas sanitárias para evitar a contaminação pelo coronavírus, “colocando a vida de todos em risco, ao entrarem em áreas restritas sem estarem com equipamentos de proteção”.
O grupo era formado pelos parlamentares Adriana Borgo (Pros), Marcio Nakashima (PDT), Leticia Aguiar (PSL), Coronel Telhada (PP) e Sargento Neri (Avante). Eles alegaram que o objetivo da inspeção era para verificar o funcionamento da unidade.
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O secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, disse que os funcionários do HCamp farão um boletim de ocorrência e que eles terão apoio jurídico das secretarias da Saúde e de Justiça do município.
https://www.facebook.com/adriana.borgo/videos/10218308278764443/
Os deputados devem responder por infração de medida sanitária preventiva. O crime prevê detenção de até um ano e pagamento de multa.
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Nas redes sociais
Vídeos da invasão foram compartilhados pelos parlamentares em suas redes sociais.
“Aqui são 1.200 vagas e, se bem me consta, são [atualmente] cerca de 200 internos. A última vez que eu vim e também não entrei, eram uns 300 internos. Ou seja, não tem necessidade dessa baleia branca aqui. A princípio nós vamos respeitar todo mundo, só que se nós não formos respeitados na condição de deputados eleitos, nós vamos forçar a entrada para averiguar”, disse o Coronel Telhada (PP) em uma transmissão ao vivo.
Um dos vídeos mostram funcionários do hospital pedindo para os deputados e assessores usarem, pelo menos, equipamentos de proteção individual para entrarem nos locais com alto risco de contaminação. “Isso é frescura. A gente não tem medo disso”, disse a deputada Adriana Borgo.
Os parlamentares também filmaram alas do HMCamp do Anhembi que ainda não foram ativadas e também gravaram pacientes sem autorização prévia, muitos dos quais estavam sendo higienizados em seus leitos.
Sobre os leitos vagos mostrados em lives nas redes sociais dos deputados, o secretário Edson Aparecido afirmou que trata-se de uma ala que não está em funcionamento, mas que precisa ter uma estrutura montada para o caso de ampliação do número de pacientes.
ONG investigada
O HCamp montado no Centro de Exposições no Anhembi, é administrado por duas organizações sociais: a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) e o IABAS, investigada por irregularidades em outros contratos de administração de hospitais no Rio de Janeiro e São Paulo.
Segundo o G1, na capital paulista, o IABAS é alvo de dois processos no TCM (Tribunal de Contas do Município) e da Controladoria-Geral da prefeitura. Os inquéritos correm simultaneamente e apuram supostas irregularidades em contratos municipais de saúde.
Segundo o TCM, os processos no órgão estão em fase final de apuração.