Em apelo a Bolsonaro, Witzel considera reabrir comércio para lidar com a crise
"É lamentável a falta de responsabilidade do governo federal", destacou o governador que espera uma resposta de Brasília até segunda-feira, 30
Com o debate sobre a saúde econômica do país em jogo, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), revelou que pode revogar as medidas protetivas no estado caso não receba apoio do governo federal.
Em entrevista ao “Bom dia Rio”, o mandatário avaliou o “caos financeiro” causado pela pandemia mundial e afirmou que o prazo para sustentar a situação está próximo do limite: na próxma segunda-feira, 30. “Se o governo federal não apresentar até segunda-feira algo que dê esperança, será muito difícil seguir com medidas protetivas. É lamentável a falta de responsabilidade do governo federal.”
A declaração acontece diante da crise política protagonizada pelo presidente Jair Bolsonaro, que questiona as medidas restritivas adotadas pelos governadores.
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Witzel, no entanto, lembrou que alguns estados já enfrentavam um cenário financeiro desfavorável antes da pandemia_incluindo o Rio de Janeiro_ e que o quadro tual “é tão delicado quanto a de empresários que estão passando por essa crise”.
Cobrou também respostas do governo federal, a quem atribuiu a responsabilidade de movimentar a economia. ” Se (a União) não se mexer, vamos entrar em caos financeiro. Não podemos manter a economia parada se o governo federal não se mexer.”
Hospitais de campanha
Devido ao aumento de casos em todo o país, e com previsão de pico da doença em algumas semanas, Witzel falou sobre a construção de hospitais de campanha: um no estádio do Maracanã e outros três na Barra da Tijuca, em São Gonçalo, na Região Metropolitana, e em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. “O Estado do Rio já inaugurou no Hospital Zilda Arns, em Volta Redonda (Sul Fluminense), 144 leitos. O Hospital do Cérebro vai de 44 para 100. Os hospitais de campanha devem ficar prontos em 15 dias.”
Até a manhã desta quinta-feira, 26, o Rio de Janeiro contabiliza 370 casos e oito mortes.