Em ato contra STF, bolsonaristas usam símbolos do nazismo e da KKK
O grupo "300 do Brasil" é liderado por Sara Winter, investigada no inquérito contra fake news
![O grupo fez clara alusão à KKK e ao nazismo](https://catracalivre.com.br/wp-content/uploads/2020/05/bolsonaristas-ato-stf-910x606.jpg)
O Twitter amanheceu neste domingo, 31, com dois termos entre os assuntos mais comentados: “nazismo” e “Ku Klux Klan”. O motivo? Bolsonaristas, do grupo “300 do Brasil, fizeram um ato nesta madrugada em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal) e usaram elementos dessas ideologias reacionárias e extremistas.
A manifestação foi realizada após a principal porta-voz do movimento, Sara Winter, se tornar alvo de investigação no inquérito contra fake news que tramita no STF. O grupo de apoiadores do presidente da República acampa em Brasília.
Com máscaras, roupas pretas e tochas, além de uma faixa onde se lia “300”, o grupo composto por poucas dezenas de pessoas desceu a Esplanada e ficou em frente ao Supremo. Seguidos por Winter, os bolsonaristas gritavam palavras de ordem contra o ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito.
“Viemos cobrar, o STF não vai nos calar. Careca tocado, Alexandre descarado. Ministro, covarde, queremos liberdade. Inconstitucional, Alexandre imoral”, repetiram em diversos momentos.
Depois de ser alvo de ação nesta semana, a líder do movimento ameaçou “infernizar” a vida de Moraes e “trocar socos” com ele. “Ele mora lá em São Paulo, né? Você me aguarde, Alexandre de Moraes. O senhor nunca mais vai ter paz na vida do senhor”, disse ela em um vídeo no Twitter.
“A gente vai infernizar a tua vida. A gente vai descobrir os lugares que você frequenta. A gente vai descobrir as empregadas domésticas que trabalham pro senhor. A gente vai descobrir tudo da sua vida. Até o senhor pedir pra sair. Hoje, o senhor tomou a pior decisão da vida do senhor”, declarou a ex-funcionária do Ministério da Família, Mulher e Direitos Humanos.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios entrou no início deste mês com uma ação civil pública na Justiça para solicitar o fim do acampamento do “300 do Brasil” em Brasília ou qualquer outra parte do país.
Segundo procuradores, se trata de uma “milícia armada”. O MP informou que Sara, citada como alvo da ação, já admitiu a presença de armas no acampamento dos bolsonaristas.
Veja vídeos e a repercussão do ato:
https://twitter.com/caiokeinn/status/1266953958117068800
O mundo inteiro realiza protestos antiracistas após o assassinato de George Floyd nos Estados Unidos. No Brasil, apoiadores do presidente Bolsonaro fazem manifestação, em frente ao STF, usando símbolos que remetem ao nazismo e à Ku Klux Klan. Onde isso vai parar? pic.twitter.com/tiuWErFtna
— Brunno Melo (@BrunnoMeloCBN) May 31, 2020
300 que não chegam a 30
Copiam a estética das manifestações da Ku Klux Klan, com tochas nas mãos. Mas Brasília é implacável com manifestações diminutas, ruas largas, grandes espaços vazios, dão clara a dimensão desses gados pingados.
Fascistas não Passarão!! pic.twitter.com/YCR6AFB3w2
— Ivan Valente (@IvanValente) May 31, 2020
https://twitter.com/delucca/status/1266965188957425664
https://twitter.com/veramagalhaes/status/1266937900123422720
Milícia de Sara Winter marchando com tochas em Brasília. Qual o próximo passo? Capuzes brancos? 😒 https://t.co/SKeukHFcOf
— Jeff Nascimento (@jnascim) May 31, 2020
Com tochas e gritos de guerra, a milícia de Sara Winter se postou diante do STF. O “ahu”, inspirado no filme de Zack Synder, tem sido utilizado por movimentos de extrema-direita ao redor do mundo 🤨 (via @SamPancher @tesoureiros) pic.twitter.com/PbHUPo507c
— Jeff Nascimento (@jnascim) May 31, 2020
Para não deixar qualquer dúvida de que são uma milícia supremacista branca, os "300" de Sara Winter marcham COM TOCHAS em Brasília, imitando o que fazia a Ku Klux Klan (cof-cof) e que foi repetida há pouco tempo em Charlottesville. E não se iludam: eles SABEM o que estão fazendo. https://t.co/kjvGfvpyag
— Pablo Villaça 🎞 (@pablovillaca) May 31, 2020