Irritado com perguntas sobre mortes da covid-19, Bolsonaro expulsa youtuber do Planalto

A ex-bolsonarista Cris Bernat, que trabalha para vereador paulistano Fernado Holiday, também foi hostilizada pelos seguidores do presidente

A atriz e youtuber Cris Bernat foi expulsa na manhã desta quarta-feira, 10, da porta do Palácio do Alvorada após questionar o presidente Jair Bolsonaro sobre sua postura em relação aos mortos pela pandemia do novo coronavírus.

“Cobre do seu governador. Sai daqui”, disse Bolsonaro, que minimizou a pandemia afirmando que “mortes estão havendo no mundo todo, não apenas pela covid”.

A ex-bolsonarista Cris Bernat também foi hostilizada pelos seguidores do presidente, que a chamaram de petista
Créditos: Reprodução/RecordTV
A ex-bolsonarista Cris Bernat também foi hostilizada pelos seguidores do presidente, que a chamaram de petista

A ex-bolsonarista é assessora do vereador paulistano Fernado Holiday (Patriota), um dos líderes do MBL (Movimento Brasil Livre) –grupo que fez campanha para Bolsonaro em São Paulo.

Cris Bernat disse a Bolsonaro que “nós temos hoje 38 mil mortos por causa do covid. E, assim, não são 38 mil estatísticas, são 38 mil famílias que estão morrendo nesse momento, que estão chorando”.


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Mesmo hostilizada pelos bolsonaristas que estavam no local, a youtuber seguiu com as críticas. “O senhor, como chefe da nação, eu votei no senhor, fiz campanha para o senhor, acho até que o senhor me conhece. E eu sinto que o senhor traiu a nossa população”.

No vídeo é possível ver o momento que Bolsonaro é questionado e dá às costas a youtuber, se dirigindo a apoiares.

Dizendo-se arrependida, a ex-bolsonarista afirmou a jornalista estar revoltada por ver o presidente fazendo piadas enquanto inúmeros brasileiros perdem a vida por causa da covid-19.

E, uma publicação no Twitter, o vereador Fernando Holiday confirmou que a yputuber CrisBernart é sua assessora e disse que ela protestou de “forma corajosa contra o presidente” e rebateu a acusação de bolsonaristas de que usa verba pública para financiar protestos.