Médica que reclamou da ‘festa do corona’ é agredida e tem joelho quebrado
Nas imagens, a profissional de saúde Ticyana D'Azambuja é carregada nas costas por um homem e tem os cabelos puxados por uma mulher
A médica Ticyana D’Azambuja, de 35 anos, foi agredida no último sábado, 30, na zona norte do Rio de Janeiro, quando foi pedir para vizinhos darem fim a uma festa (apelidada nas redes sociais de “festa do corona”). Fotos que circulam as redes sociais mostram o momento em que a profissional de saúde, que vestia calça jeans e blusa preta, era carregada por um homem nas costas e teve seus cabelos puxados por uma mulher. Ainda segundo Ticyana, na mesma foto, um homem de bermuda jeans e blusa amarela foi flagrado enquanto socava seu rosto.
Em meio à pandemia do coronavírus, evitem festas e aglomerações
Ticyana esteve na 20ª DP (Vila Isabel) para registrar o caso e prestar depoimento nesta segunda-feira, 1º de junho. Depois, foi encaminhada para o Instituto Médico Legal (IML), no Centro do Rio, onde passou por exame de corpo de delito. Após as agressões da “festa do corona”, a médica relata que teve o joelho esquerdo quebrado e as mãos pisoteadas.
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Em entrevista ao jornal O Globo, Tyciana contou que já havia feito diversas denúncias à Polícia Militar sobre as festas que ocorriam na casa, localizada na Rua Marechal Jofre, sem que seus chamados tivessem sido atendidos. No sábado, resolveu descer à rua e, num ato que classifica como “impensado”, quebrou o espelho retrovisor e trincou o para-brisa de um carro estacionado na calçada e isso teria sido o estopim para as agressões. Antes, porém, havia pedido para que acabassem com a festa, que estava lotada, sem ter sido atendida. A Polícia Civil já identificou que o dono do veiculo é um policial militar.
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Ticyana fez um post nas redes sociais em que afirma que o PM, que estava na festa, lhe pediu R$ 6,8 mil reais para consertar o carro e para que “tudo ficasse por aquilo mesmo”.
“Foi errado. Foi impensado. Foi estúpido. Mas sou humana e fiz uma besteira contra um bem material de outra pessoa. Não foi um ato contra nenhum outro ser humano, isso eu sou incapaz de fazer. 5 marmanjos (me lembro de uns 5) saíram, e obviamente, bêbados e drogados, típicos ‘cidadãos de bem’, não estavam para conversa. Apavorada, vi o potencial da besteira que fiz e saí correndo. Me agarraram em frente ao Hospital Italiano. Me enforcaram até desmaiar. Me jogaram no chão e me chutaram. Quando retornei à consciência, gritava por Socorro! Isso aconteceu no dia 30 de Maio por volta de 17h, em plena luz do dia”, relatou a médica.