Ministro da Educação divulga fake news em meio a crise no SISU
Weintraub se desculpou e admitiu ter errado
Em meio a crise no do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Ministro da Educação do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), Abraham Weintraub divulgou uma fake news (notícia falsa), em uma publicação, no seu perfil do Twitter, dizendo que o jornalista Reinaldo Azevedo havia sido demitido pela BandNews FM.
“Ora ora ora e tal e tal e tal. Perguntar não ofende: será que, após os gastos milionários do Estado de São Paulo (Doria/PSDB) com rádios privadas, esta pessoa terá dificuldade em se recolocar? Vejam, paulistas, como o dinheiro de seu IPVA é “bem” aproveitado”, escreveu o ministro na última segunda-feira 27.
Horas mais tarde, Weintraub se desculpou e admitiu ter divulgado uma fake news. “Peço desculpas, pois, aparentemente, é uma fake news difundindo uma demissão que não ocorreu. Sei bem o que é isso. Hoje em dia, não podemos confiar em certos veículos de desinformação…”, escreveu o ministro.
No mesmo dia, a BandNews FM divulgou um comunicado na rede social desmentido o ministro da Educação. “A BandNews FM informa que o jornalista Reinado Azevedo, apresentador do programa O É da Coisa, não foi demitido. Ao contrário do que alguns veículos de comunicação noticiaram no final de semana, Reinaldo Azevedo segue contratado pela emissora”.
A BandNews FM informa que o jornalista Reinado Azevedo, apresentador do programa “O É da Coisa”, não foi demitido. Ao contrário do que alguns veículos de comunicação noticiaram no final de semana, Reinaldo Azevedo segue contratado pela emissora.
— Rádio BandNews FM (@radiobandnewsfm) January 27, 2020
Crise no Sisu
Justiça Federal em São Paulo determinou o Sisu fosse suspenso após o término do período de inscrição, o que ocorreu as 23:59 do último domingo, 26, atendendo ao pedido de uma ação protocolada pela Defensoria Pública da União (DPU).
A liminar ainda determina que o governo comprove a correção de erros no resultado das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019.
A decisão acontece após o governo admitir um erro na correção das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 que segundo o ministro da Educação de Bolsonaro, Abraham Weintraub, afetou “apenas” 5.974 estudantes. É por meio da nota obtida no Enem que o estudante pode acessar o Sisu e concorrer a uma vaga nas universidades públicas federais.
O ministro de Bolsonaro chegou a afirmar no sábado, 17, que seu governo realizou “o melhor Enem de todos os tempos”. Pouco depois da fala de Weintraub, os relatos de avaliações diferentes entre candidatos que tiveram o mesmo número de acertos, ou notas próximas a zero, mesmo com número alto de acertos, começaram a aparecer nas redes sociais.
A balbúrdia do governo foi confirmada no domingo, 18, quando o MEC admitiu um erro na correção das provas e disponibilizou um email para que os estudantes entrassem em contato, num prazo de 24 horas. 173 mil pessoas solicitaram nova correção da prova.
O Ministério Público Federal de Minas Gerais pediu que a Justiça Federal determine a alteração dos calendários 2020 do Sisu, do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e do Programa Universidade para Todos (Prouni).
Nesta ação, o MPF pede que seja feita uma auditoria no resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019. E requisita também que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) confira novamente os gabaritos de todos os estudantes que fizeram a última edição do ENEM para garantir a idoneidade da prova.
A ação judicial solicita também uma nova correção das provas e que após a publicação dos resultados atualizados, os estudantes sejam comunicados de um novo prazo para solicitação de verificação de erros.