OPINIÃO: Por que Bolsonaro incentiva população a contrair covid-19?
Presidente afirmou que uso da máscara apresenta "eficácia quase nenhuma" para proteger indivíduo da contaminação pelo novo coronavírus
Na noite desta quarta-feira, 19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) incentivou apoiadores a contraírem a covid-19 após afirmar, contrariando qualquer pesquisa científica, que o uso da máscara apresenta “eficácia quase nenhuma” na prevenção ao novo coronavírus. Bolsonaro não apresentou nenhuma evidência sobre o que falou.
A declaração foi dada no mesmo dia em que o Congresso Nacional se viu na obrigação de derrubar o veto de Bolsonaro ao uso obrigatório da máscara em áreas públicas de todo o território brasileiro.
O uso de máscara e a higiene constante das mãos, por meio de sabão ou álcool em gel, são alguns dos consensos da comunidade científica internacional a respeito da covid-19. A própria Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda essas medidas para evitar a disseminação do novo coronavírus, desde o início da pandemia.
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Ora, se existe um consenso entre médicos e cientistas sobre o uso da máscara ser um dos principais fatores que contribuem para evitar o contágio, por que o mais alto cargo executivo do Brasil o desaconselha? Por algum motivo escuso, Bolsonaro quer que a população se infecte com a covid-19, e o povo brasileiro está satisfeito com isso. O difícil é entender o porquê.
A aprovação do presidente Bolsonaro, segundo pesquisa XP/Ipespe, é a maior desde março de 2019: 37%, uma alta de 7% referente à última pesquisa. Em contrapartida, a reprovação do presidente diminuiu. Os que veem o governo como ruim ou péssimo caíram de 45% para 37%, o menor índice desde agosto de 2019.
Analistas afirmam que a alta popularidade do presidente se dá devido ao pagamento do auxílio emergencial, aquele que Bolsonaro queria ter fixado em R$ 200, mas que a ala esquerdista do Congresso Nacional se mobilizou para conseguir o valor de R$ 600, sabe? Pois é. Em ralas palavras, o presidente se apropriou de uma conquista dos deputados e senadores para dar uma guinada em sua popularidade.
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Somos o segundo país do mundo com mais casos e mais mortes pela covid-19, atrás apenas dos EUA; não estamos conseguindo fazer a curva de contágio cair; a vacina ainda vai levar um tempo para chegar ao Brasil; e temos um presidente que afirma a quem quiser ouvir que uma das principais formas de evitar o contágio “não apresenta eficácia”.
Como dizem nas redes sociais, “a gente que lute”.