Presença de Bolsonaro em ato antidemocrático desagrada militares
Cúpula do Exército garantiu que não irá interferir em questões políticas
A presença do presidente Jair Bolsonaro em um ato que pedia a intervenção militar em frente ao Quartel-General do Exército não foi vista com bons olhos pelos militares. Oficiais-generais ouvidos pela repórter Tânia Monteiro, do jornal O Estado de S. Paulo, disseram que a manifestação foi uma provocação fora de hora.
“Se a manifestação tivesse sido na Esplanada, na Praça dos Três Poderes ou em qualquer outro lugar seria mais do mesmo, mas em frente ao QG, no dia do Exército, tem uma simbologia dupla muito forte”, disse um deles à reportagem.
A cúpula ainda garantiu que o papel das Forças Armadas é cumprir suas missões constitucionais, sem interferir em questões políticas.
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Aglomeração em discurso
A manifestação, que ocorreu no domingo, 19, data em que é celebrado o Dia do Exército, reivindicou o fim do isolamento social, o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF), do Congresso Nacional e pediu intervenção militar por meio do Ato Institucional 5.
Diante de centenas de manifestantes aglomerados, Bolsonaro subiu na caçamba de um carro do Exército para discursar sem microfone.
“Nós não queremos negociar nada. Nós queremos é ação pelo Brasil. O que tinha de velho ficou para trás. Nós temos um novo Brasil pela frente. Todos, sem exceção no Brasil, tem de ser patriotas e acreditar e fazer a sua parte para que nós possamos colocar o Brasil no lugar de destaque que ele merece”, disse.
O ato contraia as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do próprio Ministério da Saúde, que reforçam que o distanciamento social, nestes momento, é a melhor estratégia para conter a disseminação do novo coronavírus.
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