Vaquinha ajuda trans que ficou paraplégica após espancamento
Cibelly Pâmela ficou paraplégica, perdeu parte do crânio, a fala e os movimentos do lado direito após ser brutalmente agredida no Carnaval de BH
Uma vaquinha online, organizada pela pela Rede Trans Brasil, está arrecadando dinheiro para ajudar Cibelly Pâmela, mulher trans que ficou paraplégica após ser espancada no meio da rua, durante o Carnaval de Belo Horizonte. Com a quantia, ela e o pai conseguirão voltar para a casa da família, localizada em Belém, capital do Pará.
A campanha teve a colaboração de milhares de pessoas e ultrapassou a meta de R$ 10 mil, chegando a R$ 15 mil, valor que será destinado à viagem e realização dos tratamentos. “Eu agradeço a todos, todos que compartilharam, todos que ajudaram e ainda estão ajudando. E que continue”, declarou o pai de Cibelly, segundo o Estado de Minas.
A mulher trans ficou paraplégica e perdeu parte do crânio, a fala e os movimentos do lado direito por causa das agressões. Devido à violência, o pai da vítima não está trabalhando e se dedica aos cuidados com a filha, morando de aluguel em Belo Horizonte.
Apesar do dinheiro para o retorno da família já ter sido arrecadado, o objetivo da vaquinha é arcar também com as despesas necessárias para o tratamento e reabilitação de Cibelly. Por isso, a campanha continua aberta. Para ajudar, clique aqui.
Violência transfóbica
Segundo o Boletim de Ocorrência do crime, registrado em 28 de fevereiro, seis dias após o caso, houve uma tentativa de assassinato na rua Espírito Santo, no centro da capital mineira. Uma amiga de Cibelly relatou que soube da agressão por meio de uma mensagem enviada pelo telefone da vítima.
A transfobia ocorreu em um dia de Carnaval, quando a mulher trans foi a um bloco de rua encontrar as amigas. Por volta das 19h, cinco homens desconhecidos a abordaram e a agrediram de forma brutal. “Traveco do demônio vira homem”, afirmaram eles no momento do crime. Os agressores fugiram assim que pessoas na rua tentaram chamar a polícia.
Transfobia NÃO!
Após perceber-se com um gênero diferente do que lhe foi atribuído ao nascer, uma pessoa transgênero passa a enfrentar uma verdadeira luta para viver sua identidade. Especialmente no Brasil, onde casos de transfobia são recorde mundial.
Apesar de transfobia e homofobia não serem a mesma coisa – um diz respeito à violência contra a identidade de gênero e o outro à orientação sexual – a criminalização da homofobia pelo STF, em junho de 2019, se estende a toda comunidade LGBT e também equipara atos transfóbicos ao crime de racismo. Nesta matéria aqui, explicamos como denunciar esse tipo de crime.