Estudo revela que usar celular antes de dormir retarda o sono

Um artigo recém-publicado na “Revista de Medicina”, da USP, revela: usar o celular à noite, antes de dormir, pode retardar a sensação do sono e conduzir a uma “diminuição do estado de alerta no dia seguinte, além de alteração na secreção hormonal de melatonina”.

De acordo com as autoras do estudo, a pesquisadora Vera Lucia Ribeiro Fuess e as estudantes Carine Cristina Moraes de Freitas, Agda Lopes Donnabella Marconi Gozzoli, Juliana Naomi Konno, o uso de smartphones à noite pode estar ligado ao fato de o usuário estar disponível a contatos o tempo todo, inclusive durante a noite, fato que se revela um grande desencadeador de estresse, sobretudo quando se usa mais de um aparelho eletrônico por longos períodos de tempo, podendo diminuir a produção de melatonina, responsável pela regulação hormonal do sono. A melatonina é liberada durante o anoitecer e induz ao sono. A exposição à luz, no entanto, inibe sua produção.

Celular antes de dormir não faz bem ao sono
Créditos: Getty Images/iStockphoto
Celular antes de dormir não faz bem ao sono

O objetivo da pesquisa é verificar a alteração na qualidade e duração do sono, assim como na sonolência diurna após abstenção do uso do telefone celular próximo ao horário de dormir. Para a pesquisa, foram aplicados questionários, testes e estatísticas com estudantes de medicina voluntários, na faixa de idade entre 17 e 40 anos, que já vivenciam a qualidade do sono alterada devido às elevadas cargas horárias de estudo e trabalho.

Os resultados da pesquisa apontam para o perfil sociodemográfico da amostra dos 76 estudantes – “93% dos alunos voluntários mantêm o celular próximo de si, 76% o utilizam mesmo já na cama e 68% dos participantes acordam caso o celular toque, sem contar que 79% participantes utilizam o celular por pelo menos 15 minutos após se deitar”. O artigo cita outras pesquisas que comprovam os benefícios da abstinência do uso de celulares por uma hora antes de dormir, o que diminui a sonolência diurna.

Para as autoras, “com a restrição do uso do aparelho celular por uma hora antes de dormir por um período de 15 dias, foi possível notar mudanças estatisticamente significativas no sono dos participantes”.

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