Agorafobia: entenda o transtorno que é marcado pelo medo intenso

Com a agorafobia, as pessoas afetadas sentem pânico em situações das quais acreditam não poder escapar

Por Silvia Melo em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
26/11/2024 09:01 / Atualizado em 02/12/2024 15:28

Imagine-se cercado por uma multidão em um show. Você tenta sair de lá e não consegue. Esse é o pânico que norteia a agorafobia. Nada mais é que um transtorno de ansiedade e refere-se ao medo de situações das quais parece difícil escapar, se necessário, ou nas quais a ajuda, como um médico, provavelmente não estaria disponível rapidamente.

Normalmente, trata-se de situações em que as pessoas afetadas – do seu ponto de vista – causariam uma situação constrangedora no caso de um ataque de pânico, ou em que temem danos à sua saúde. A agorafobia pode ocorrer em locais públicos, espaços abertos, ou espaços fechados como shoppings ou transporte público, por exemplo.

A agorafobia à vezes é confundida com claustrofobia, que descreve o medo de espaços confinados. Ambas são fobias associadas a sentimentos de confinamento ou perda de controle, mas se diferenciam pelo tipo de ambiente que desencadeia o medo.

Como a agorafobia se manifesta?

  • coração acelerado
  • falta de ar ou sensação de sufocamento
  • sensação de calor ou suor
  • mal-estar geral
  • medo de enlouquecer, perder o controle ou morrer
  • sensação de irrealidade e alienação (de você mesmo e do meio ambiente)
  • os afetados temem sentir tonturas, problemas cardíacos ou desmaios.
A agorafobia refere-se ao medo de situações ou lugares onde a fuga pode ser difícil ou onde ajuda pode não estar disponível em caso de emergência
A agorafobia refere-se ao medo de situações ou lugares onde a fuga pode ser difícil ou onde ajuda pode não estar disponível em caso de emergência - skynesher/istock

Como diagnosticar agorafobia?

O medo é um mecanismo útil que nos protege do perigo. No entanto, nem sempre é fácil dizer se o que sentimos é “normal” ou já patológico. Se um ou mais sinais citados acima ocorrem repetidas vezes nas mesmas situações, ou se afetarem a qualidade de vida, é importante consultar um psicólogo ou psiquiatra.

Para um diagnóstico preciso, é importante descrever os problemas com a maior precisão possível – por exemplo, em que situações os medos ocorrem, como se expressam, se já existe estratégias de evitação dessas situações. 

Como a agorafobia pode ser tratada?

Quanto mais cedo o diagnóstico e o tratamento ocorrerem, melhor será o tratamento da agorafobia.

A psicoterapia na forma de terapia cognitivo-comportamental provou ser eficaz. O objetivo é reconhecer situações, pensamentos e sentimentos desencadeantes e motivar as pessoas afetadas a mudar o seu comportamento.

Terapeuta e paciente então pensam juntos, por exemplo, como poderia ser um comportamento alternativo para quebrar padrões. O objetivo é, entre outras coisas, reduzir o comportamento de evitação, a fim de alcançar novamente maiores graus de liberdade individual.