Anvisa libera agrotóxico relacionado ao Mal de Parkinson
Agricultores poderão usar o estoque da substância na safra deste ano e de 2021
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu nesta quarta-feira (7) permitir o uso do do estoque remanescente do agrotóxico paraquete em posse dos agricultores brasileiros. O herbicida é considerado um dos mais nocivos do mercado e associado à ocorrência do Mal de Parkinson entre os produtores agrícolas.
Desde 22 de setembro, o produto estava proibido, mas, com a decisão, poderá ser usado na safra 2020-21, tendo prazo máximo de utilização até 31 de julho de 2021.
Apesar disso, a Agência manteve as proibições de importação, produção, distribuição e comercialização do produto.
Para que serve o paraquete?
O paraquate é um herbicida de amplo espectro que serve, principalmente, para o controle de ervas daninhas em grandes culturas, como é o caso da soja. Também é utilizado como dessecante.
Entre os riscos alegados de seu uso, e ainda em discussão no cenário internacional, estão a doença de Parkinson e a mutagenicidade (potencial de uma substância causar mutações que podem ser transmitidas, via células germinativas, para as gerações futuras, ou evoluir e causar câncer) nos trabalhadores que manipulam o agrotóxico.
Segundo a Anvisa, “a população em geral não está suscetível à exposição da substância por meio do consumo de alimentos.”
Há três anos, a Anvisa concluiu a reavaliação toxicológica do paraquate – iniciada em 2008 – e deliberou pelo banimento do produto. Em 2017, foi publicada a RDC 177, que dispôs o prazo limite de 22 de setembro de 2020 para proibição da produção, da importação, da comercialização e da utilização de produtos técnicos formulados à base do respectivo ingrediente ativo.