Bolsonaro diz que governo brasileiro não comprará vacina chinesa

Não durou nem 24 horas a decisão de Pazuello pela aquisição da CoronaVac

Um dia após o Ministério da Saúde anunciar acordo para a compra de 46 milhões de doses da vacina chinesa, o presidente Jair Bolsonaro desautorizou o ministro Eduardo Pazuello e disse que o governo brasileiro não irá adquirir o imunizante.

A afirmação foi publicada em seu perfil no Facebook, em resposta a uma pessoa que pedia para que Bolsonaro barrasse o acordo.

“Presidente, a China é uma ditadura, não compre essa vacina, por favor. Eu só tenho 17 anos e quero ter um futuro, mas sem interferência da Ditadura chinesa”, pediu o usuário.

Em caixa alta, o presidente respondeu: “NÃO SERÁ COMPRADA”.

bolsonaro diz que não comprará vacina
Créditos: reprodução/Facebook

Demonstrando mais uma vez seu desapego pela ciência e colocando ideologia acima de tudo, o presidente ainda comentou, em resposta a outro usuário, que considerou uma “traição” a decisão de Pazuello pela compra da vacina chinesa.

Bolsonaro não vai comprar vacina
Créditos: reprodução/Facebook

O problema do imunizante em questão é que ele vem sendo a grande aposta do desafeto de Bolsonaro, o governador tucano João Doria, com quem o presidente disse que não mantém diálogo.

Na última terça-feira, 20, o ministro da saúde Eduardo Pazuello se reuniu com o governo paulista e assinou um protocolo para a aquisição das doses da CoronaVac, desenvolvida pela biofarmacêutica Sinovac Life Science, em parceria com o Instituto Butantan.

No anúncio, Pazuello chegou a afirmar que a vacina do Butantan seria “a vacina do Brasil”.

O acordo previa a aquisição das doses até o final de dezembro de 2020. A previsão do Ministério da Saúde era dar início à distribuição no primeiro semestre do ano que vem em todo o Brasil, por meio do Programa Nacional de Imunizações calendário nacional de imunização.

Vale lembrar que a CoronaVac ainda está em testes no Brasil. Os primeiros resultados do estudo clínico mostrou que ela é segura. Porém, agora falta provar que, de fato, tem eficácia contra a covid-19.

A Anvisa já está recebendo os dados dos ensaios para acelerar, dentro das normas científicas, o registro para uso. Se isso ocorrer, o governo de São Paulo garantiu que irá utilizá-la no programa de vacinação em todo o estado.