Certos medicamentos podem aumentar risco de demência, alerta estudo
De acordo com pesquisadores, que avaliaram mais de 300 mil pessoas, o risco pode ser aumentado em até 49%
Um novo estudo sugere que pessoas que tomam uma classe de medicamentos chamados drogas anticolinérgicas, comumente prescritas contra depressão, Parkinson e incontinência urinária, por vários anos podem ter maior probabilidade de desenvolver demência à medida que envelhecem.
De acordo com o estudo, que foi publicado na revista JAMA Internal Medicine e abrange mais de 300 mil pessoas, o risco pode ser aumentado em até 49%.
Os resultados encontrados no estudo, no entanto, apresentam uma correlação e não uma conexão direta entre causa e efeito. Ou seja, não é possível afirmar com absoluta certeza se esse tipo de medicamentos causa demência, de fato.
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Os pesquisadores acreditam que os médicos devem ter cuidado ao prescrever medicamentos anticolinérgicos a longo prazo para pacientes mais idosos. No entanto, pedem que os pacientes que fazem esses tratamentos não os interrompa por conta própria, sem o aval do médico.
Remédios anticolinérgicos
As drogas anticolinérgicas funcionam bloqueando os mecanismos necessários para os impulsos nervosos e são usadas para combater certos movimentos musculares involuntários, como no caso de incontinência ou doença de Parkinson.
Demência
A demência é um termo que inclui diversas doenças que afetam a memória, outras habilidades cognitivas e comportamentos. Interfere significativamente na capacidade de uma pessoa manter as atividades cotidianas. A doença de Alzheimer é o tipo mais comum de demência e representa entre 60 e 70% dos casos. Outro tipo comum é a demência vascular.
Atualmente, 50 milhões de pessoas vivem com demência no mundo e a estimativa que esse número triplique para 152 milhões até 2050.
De acordo com a OMS, o custo anual estimado para a doença é de US$ 818 bilhões, o equivalente a mais de 1% do produto interno bruto global. O valor total inclui custos médicos diretos, assistência social e cuidados informais (perda de renda dos cuidadores). Até 2030, espera-se que esse valor mais que dobre, chegando a US$ 2 trilhões, montante que pode prejudicar o desenvolvimento social e econômico e sobrecarregar os serviços sociais e de saúde, entre eles os sistemas de cuidados de longo prazo.