Cientistas descobrem possível novo tratamento contra o câncer
O estudo do novo tratamento funcionou em camundongo, agora basta saber se terá o mesmo sucesso em testes com humanos
Pesquisadores da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, identificaram um mecanismo anteriormente desconhecido que controla o crescimento do tumor em células cultivadas de camundongos. Esta descoberta pode potencialmente permitir o desenvolvimento futuro de novos tratamentos contra vários de tipos de câncer.
O estudo, que foi publicado na revista científica Nature Communications, fala de uma proteína chamada HnRNPK. Essa proteína atua a favor do crescimento de tumores no corpo, se ligando ao RNA mensageiro codificado por dois genes que estão associados ao desenvolvimento de tumores, e impedindo que uma fita dupla do RNA seja formada. Esse movimento mantém os dois genes separados, e favorece o desenvolvimento do câncer.
“Manter o RNA desses dois genes separados promove o crescimento de tumores que dependem de fatores de crescimento. Sem a proteína HnRNPK, as propriedades que promovem o crescimento do tumor são neutralizadas, abrindo caminho para o desenvolvimento de drogas que bloqueiam o HnRNPK”, diz Chandrasekhar Kanduri, professor de Genética Médica da Academia Sahlgrenska, Universidade de Gotemburgo, que é um dos líderes da pesquisa.
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O estudo também mostra que, da mesma forma, a proteína HnRNPK se liga ao mRNA de vários outros genes, impedindo a formação de RNA de fita dupla.
A descoberta oferece espaço para influenciar indiretamente o fator de crescimento FGF-2, que é bem conhecido por ser a chave tanto para o processo pelo qual as células-tronco amadurecem em vários tipos de células quanto para o desenvolvimento embrionário inicial.
Menos efeitos colaterais
Meena Kanduri, professora associada de medicina molecular na Academia Sahlgrenska e autora do artigo disse: “Dado o papel crucial do FGF-2 no desenvolvimento humano normal, o uso de drogas que visam diretamente o fator de crescimento teria muitos efeitos colaterais.”
“O mecanismo que identificamos tem o potencial de se tornar uma opção de tratamento do câncer mais atraente, com menos efeitos colaterais”, afirmou.
Segundo os autores do estudo, mais pesquisas são necessárias para verificar a transferibilidade dos resultados da cultura de células e estudos de camundongos para humanos.