Como o diabetes aumenta o risco de demência
Existem várias razões pelas quais o diabetes tipo 2 pode levar à demência. Veja o que a ciência sabe a esse respeito
Há muitos anos que se sabe que o diabetes tipo 2 aumenta o risco de acidentes vasculares cerebrais e doenças cardíacas. Estudos mais recentes demonstraram, no entanto, que a doença também aumenta o risco de demência.
Estudos também sugerem que o risco de demência aumenta com períodos mais longos de diabetes.
Embora outro estudo tenha mostrado que o diagnóstico de demência diminui nos primeiros dois anos após o diagnóstico de diabetes e aumenta depois disso.
Como, afinal, o diabetes afeta o risco de demência?
Primeiramente, a hiperglicemia crônica, característica do diabetes, pode causar danos aos vasos sanguíneos, incluindo os do cérebro. Este dano vascular pode levar a uma redução no fluxo sanguíneo cerebral, aumentando o risco de demência vascular.
Além disso, o diabetes está associado à inflamação sistêmica e ao estresse oxidativo, ambos contribuindo para o dano neuronal e a disfunção cerebral.
![Diabetes tipo 2 aumenta o risco de uma pessoa desenvolver demência](https://catracalivre.com.br/wp-content/uploads/2024/04/mudancas-sutis-na-pele-podem-ser-indicios-de-diabetes-tipo-2-910x607.jpg)
Esses processos inflamatórios e oxidativos podem acelerar a progressão de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.
Além disso, pessoas com diabetes têm maior probabilidade de ter pressão arterial elevada, colesterol elevado e obesidade. Todos esses são fatores de risco de demência.
Outra hipótese é que o diabetes causa diretamente a doença de Alzheimer. Na verdade, a doença de Alzheimer foi até chamada de “diabetes tipo 3” devido às características moleculares e celulares compartilhadas entre o diabetes e a doença de Alzheimer.
Por exemplo, a insulina desempenha um papel crítico na formação de placas amilóides, e a insulina também está envolvida na fosforilação da tau, o que leva a emaranhados neurofibrilares.
Em outras palavras, enquanto a resistência à insulina no corpo pode levar ao diabetes tipo 2, a resistência à insulina no cérebro pode levar às placas e emaranhados da doença de Alzheimer.
Como reduzir o risco de diabetes e demência?
Reduzir o risco de diabetes e demência requer uma abordagem que combina mudanças no estilo de vida, monitoramento de saúde e, quando necessário, intervenção médica.
Em primeiro lugar, a adoção de uma dieta saudável é essencial. Optar por uma alimentação rica em frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis pode ajudar a manter níveis estáveis de glicose no sangue e, simultaneamente, fornecer nutrientes que suportam a saúde cerebral.
![Vários fatores de risco de demência são modificáveis](https://catracalivre.com.br/wp-content/uploads/2024/04/sinais-de-demencia-910x607.jpg)
Além disso, reduzir a ingestão de açúcares refinados e alimentos ultraprocessados é fundamental para prevenir picos de glicose e inflamação, que são prejudiciais tanto para o diabetes quanto para a saúde do cérebro.
Além da dieta, o exercício físico regular é um pilar fundamental na prevenção dessas condições.
Praticar atividades físicas, como caminhada, corrida, natação ou exercícios de resistência, por pelo menos 150 minutos por semana, ajuda a melhorar a sensibilidade à insulina e a manter um peso corporal saudável.
O exercício também promove a circulação sanguínea adequada e estimula a produção de neurotransmissores que são benéficos para a função cognitiva, reduzindo assim o risco de demência.
Outra estratégia importante é manter um peso saudável.
A obesidade é um fator de risco significativo para o desenvolvimento de diabetes tipo 2 e está associada ao aumento do risco de declínio cognitivo.
Além disso, o controle dos fatores de risco cardiovascular, como hipertensão, colesterol alto e tabagismo, é fundamental.
Esses fatores não apenas aumentam o risco de doenças cardíacas, mas também são fortemente ligados ao desenvolvimento de diabetes e demência.
Uma boa qualidade de sono também deve ser garantida. O sono inadequado está associado à resistência à insulina e ao aumento do risco de diabetes. Além disso, o sono é vital para a função cerebral.
Finalmente, manter-se cognitivamente ativo e socialmente engajado é uma estratégia eficaz na prevenção da demência.
Atividades que estimulam o cérebro, como leitura, jogos de lógica, aprendizado de novas habilidades ou línguas, e participar de interações sociais regulares, ajudam a manter a mente afiada e a construir uma reserva cognitiva que pode proteger contra o declínio mental.