Dois fatores do sono podem prever risco de desenvolver demência

Cientistas defendem que conhecer esses fatores poderia ajudar na descoberta precoce da condição, evitando que os sintomas progredissem

Um estudo publicado no American Journal of Preventive Medicine mostra que o sono desempenha um papel importante na saúde da mente e pode dar pistas sobre as chances de demência no futuro.

A demência descreve um conjunto de sintomas associados a um declínio cognitivo contínuo.

Um dos principais objetivos da pesquisa era revelar os mecanismos que contribuem para a condição o mais cedo possível. Como não há cura, a intervenção precoce pode ajudar a frear a progressão dos sintomas.

Dois fatores do sono podem prever risco de desenvolver demência
Créditos: iStock/cyano66
Dois fatores do sono podem prever risco de desenvolver demência

Descobertas

No estudo, os pesquisadores encontraram ligações significativas entre distúrbios do sono e o risco de desenvolver demência ao longo de um período de 10 anos.

As descobertas sugeriram que associar a insônia de início do sono (dificuldade em adormecer em 30 minutos) e o uso de medicamentos para dormir podem aumentar o risco de desenvolver demência.

Curiosamente, a insônia de manutenção do sono (dificuldade em voltar a dormir depois de acordar) foi associada a um menor risco da condição cerebral.

“Esperávamos que a insônia para iniciar o sono e o uso de medicamentos para dormir aumentassem o risco de demência , mas ficamos surpresos ao descobrir que a insônia para manutenção do sono diminuiu o risco de demência”, disse o autor principal do estudo, Roger Wong.

A pesquisa usou dados do Estudo Nacional de Tendências de Saúde e Envelhecimento (NHATS), que inclui pessoas com 65 anos ou mais nos EUA. Além disso, o estudo incluiu apenas pessoas que estavam livres de demência no início de 2011.

“Ao focar nas variações nos distúrbios do sono, nossas descobertas podem ajudar a informar mudanças no estilo de vida que podem reduzir o risco de demência “, disse a co-investigadora Margaret Anne Lovier.

Embora a pesquisa destaque algumas descobertas interessantes, a equipe explicou que atualmente são necessários mais estudos para examinar outros distúrbios do sono e fatores de risco para o risco de demência.

Sinais e sintomas de demência

A condição pode afetar as pessoas de maneira diferente, mas há alguns sintomas comuns iniciais a serem observados, de acordo com o Ministério da Saúde; tais como:

  • perda gradual e progressiva da memória;
  • confusão mental;
  • perda da capacidade de resolver problemas;
  • comportamento agitado ou alucinações;
  • perda do reconhecimento de locais familiares;
  • perda de interesse e incapacidade de realizar as atividades habituais.

Estudo de Harvard mostra relação da demência com a poluição do ar

Segundo um estudo realizado pela Universidade de Harvard, a poluição do ar pode estar diretamente ligada ao aumento do risco de demência em idosos.

A pesquisa acompanhou 63.038 mulheres de 70 a 81 anos durante 10 anos e descobriu que aquelas que moravam em áreas com altos níveis de poluição do ar eram mais propensas a desenvolver demência. Os pesquisadores observaram que, para cada aumento de 1 μg/m³ de material particulado fino (PM2,5), o risco de demência aumentou em 16%.

Veja mais sobre o estudo aqui.