Estudo liga hábito comum na cozinha à neurodegeneração
Pesquisadores alertam para prática pouco saudável, que é comum nas casas e em cozinhas de restaurantes
Cientistas descobriram que um hábito comum na cozinha pode colaborar com níveis mais elevados de neurodegeneração.
A neurodegeneração é um processo gradual de deterioração e perda de neurônios no sistema nervoso central ou periférico.
Isso pode resultar em uma variedade de distúrbios neurológicos, como doença de Alzheimer e doença de Parkinson.
- Estudo alerta sobre um hábito atual que pode antecipar a puberdade
- Consumo deste alimento provoca queda de cabelo, sugere estudo
- Estudos sugerem que vitamina D durante a gravidez pode reduzir risco de autismo
- O hábito simples que pode ser um escudo contra a demência
O hábito que pode causar neurodegeneração
A pesquisa apresentada no Discover BMB, o encontro anual da Sociedade Americana de Bioquímica e Biologia Molecular, apontou que o perigo está na reutilização de óleo para fritura.
Os pesquisadores também descobriram que o aumento da neurodegeneração parece estar ligado aos efeitos do óleo na rede de comunicação entre o fígado, o intestino e o cérebro.
Este eixo fígado-intestino-cérebro é fundamental para a regulação de diversas funções fisiológicas, e seu comprometimento mostra associação com distúrbios neurológicos.
Testes com ratos
Os testes consistiram em alimentar ratos com óleos de cozinha reutilizados ou com uma dieta mais saudável.
Em comparação com outros grupos, os roedores que receberam óleo de gergelim ou girassol reaquecido apresentaram aumento do estresse oxidativo e inflamação no fígado.
Esses mesmos roedores também apresentaram danos no cólon que provocaram alterações em toxinas que provêm de certas bactérias.
Como resultado, o metabolismo lipídico do fígado sofreu uma alteração significativa e o transporte de ácido graxo ômega-3 do cérebro, DHA, diminuiu.
Isso, por sua vez, resultou em neurodegeneração, que foi observada nos cérebros dos ratos que consumiram o óleo reaquecido, bem como de seus descendentes.
A fritura em altas temperaturas tem sido associada a vários distúrbios metabólicos, mas, segundo os pesquisadores, esse é o primeiro estudo a relatar que o óleo frito a longo prazo aumenta a neurodegeneração na prole da primeira geração.
O problema da fritura
Além de adicionar calorias vazias, fritar alimentos geralmente envolve a reutilização do mesmo óleo para fritar.
Esta é uma prática comum tanto em residências quanto em restaurantes.
O óleo reutilizado pode conter componentes prejudiciais, incluindo gordura trans, peróxidos e compostos polares.
Embora sejam necessárias mais pesquisas, os autores do estudo afirmam que a suplementação com ácidos graxos ômega-3 pode ajudar a diminuir a inflamação do fígado e a neurodegeneração.
Por fim, eles acrescentaram que é importante realizar estudos clínicos em humanos para avaliar os efeitos da reutilização de óleo na fritura.